Presidente condena embargo a Cuba e reivindica inserção de países em desenvolvimento na Quarta Revolução Industrial

Lula discursou neste sábado em Havana, na Cúpula do G77 + China – Foto: Ricardo Stuckert/PR

Lula discursou neste sábado em Havana, na Cúpula do G77 + China –  – Foto: Ricardo Stuckert/PR

Ao discursar neste sábado (16) em Havana, na Cúpula de Chefes de Estado e Governo do G77 + China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu a hospitalidade, declarou seu apoio ao país anfitrião e condenou o embargo econômico imposto a Cuba pelos Estados Unidos, bem como a entrada da ilha na lista dos países que patrocinam o terrorismo. “Precisamos reforçar nossas reivindicações à luz da Quarta Revolução Industrial. Há duas grandes transformações em curso. Elas não podem ser moldadas por um punhado de economias ricas, reeditando a relação de dependência entre centro e periferia. A primeira é a revolução digital. A segunda grande mudança em curso no mundo é a transição energética. Cuba tem sido defensora de uma governança global mais justa. E até hoje é vítima de um embargo econômico ilegal. O Brasil é contra qualquer medida coercitiva de caráter unilateral. Rechaçamos a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo”, afirmou o líder brasileiro.

 Ao longo de sua fala, Lula destacou a abrangência e a diversidade do G77 e ressaltou temas caros para o Brasil e o mundo, como revolução digital, transição energética, industrialização sustentável, ao mesmo tempo em que voltou a cobrar dos países ricos o financiamento prometido para que as nações em desenvolvimento possam trabalhar com mais eficiência no combate às mudanças climáticas. “A emergência climática nos impõe novos imperativos, mas a transição justa traz oportunidades. Com ela, podemos ter ar mais limpo, rios sem contaminação, cidades mais acolhedoras, comida de qualidade na mesa, empregos dignos e crianças mais saudáveis”, frisou Lula.

Ele lembrou que o peso da atuação dos países ricos nas mudanças climáticas em curso no planeta não é o mesmo de várias outras nações em desenvolvimento. “Não temos a mesma dívida histórica dos países ricos pelo aquecimento global. O princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas permanece válido. É por isso que o financiamento climático tem de ser assegurado a todos os países em desenvolvimento, segundo suas necessidades e prioridades. No caminho entre a COP28, em Dubai, e a COP30, em Belém, será necessário insistir na implementação dos compromissos nunca cumpridos pelos países ricos”, destacou o presidente.

G77 + China – Considerado o principal instrumento de coordenação multilateral dos países em desenvolvimento dentro do sistema das Nações Unidas, o G77 + China foi fundado em 1964, quando 77 nações do então chamado ‘terceiro mundo’ decidiram se unir para poder defender posições em comum diante das nações industrializadas.  O G77 + China é o maior bloco de países em desenvolvimento dentro da ONU e tem hoje 134 países-membros, após a entrada do Sudão do Sul em 2015, mas mantém o nome original por tradição histórica.

Logo na abertura de seu discurso, Lula lembrou que neste ano já esteve presente em diversas cúpulas internacionais, mas exaltou o G77 + China, elevando-o a uma posição de destaque. “Desde que assumi meu novo mandato, estive em diversos foros com a presença de países em desenvolvimento, como a CELAC, o BRICS e o G20. Mas nenhum desses espaços conta com a abrangência e a diversidade do G77. Nosso grupo corresponde a 79% da população mundial e 49% do PIB global em paridade do poder de compra. Há quase sessenta anos, tem sido um vetor de importantes mudanças nas instituições multilaterais. O G77 foi fundamental para expor as anomalias do comércio global e para defender a construção de uma Nova Ordem Econômica Internacional. Infelizmente, muitas das nossas demandas nunca foram atendidas”, declarou Lula.

(Via Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República)

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