…Claudio Castro vai confirmando sua fraqueza diante da força do grupo do presidente da Alerj

● Elizeu Pires

“Ninguém vai perder cargo algum. A cadeira é dele, mas o poder é nosso”. A frase, que ecoou em alto e bom som nesta segunda-feira (6) pelos corredores da Assembleia Legislativa, foi ouvida no Palácio Guanabara como mensagem direta ao governador Claudio Castro, que havia prometido exonerar todos os indicados do deputado Rodrigo Amorim (PTB), que tem um monte de apadrinhados empregados em vários setores do governo, mas atua como opositor dos mais duros.

O recado foi seguido de uma emenda: “se exonerar vai ter que tornar sem efeito”, esticada de corda que só se dá porque o governador Claudio Castro tem se mostrado fraco desde que assumiu a cadeira com a cassação de Wilson Witzel. Quando se pensava que o fato de sido eleito logo no primeiro turno o fortaleceria, ele revelou que não, e só complicou mais as coisas para o seu lado quando forçou a barra para eleger Rodrigo Bacellar presidente da Alerj, entregou a Secretaria de Saúde ao deputado Dr. Luizinho e turbinou a Secretaria de Transportes para dá-la de porteira fechada a Washington Reis.

Até os pombos que sujam os telhados do Palácio Guanabara já perceberam que Castro não governa, é governado, e isso o próprio Claudio deixou claro ao ir queixar-se com pesos pesados do governo Lula, aos quais teria dito ter sido vítima da pressão de deputados quando manobrou para nomear o novo secretário de Polícia Civil, Marcus Amim.

Fraco, Castro cedeu nestes casos e deverá afrouxar em outros, podendo, inclusive, trocar o comando geral da Polícia Militar, ofertando mais um anel para preservar seus dedos.