Vitor Tenório e o vereador Edison Ramos tiveram prisão decretada pela Justiça
Com prisão preventiva decretada pela Justiça, o prefeito interino de Mangaratiba e candidato do PDT na eleição suplementar marcada para o dia 28 de outubro, Vitor Tenório dos Santos, o Vitinho (foto), já é considerado fugitivo. Na mesma situação encontram-se o vereador Edison Ramos e do ex-presidente da Câmara Pedro Bertino Jorge Vaz. Os três foram alvos de uma operação realizada na manhã desta sexta-feira pelo Ministério Público com apoio da Polícia Civil, mas até às 17h não haviam sido encontrados. O trio foi denunciado no último dia 20 por dispensa indevida de licitações e desvio de recursos públicos na contração de viagens para vereadores e servidores da Casa para supostamente participarem de cursos, seminários e convenções em cidades turísticas do Nordeste. Pelo que já foi apurado, de janeiro de 2010 a agosto do ano passado foram gastos com isso mais de R$ 17 milhões.
Ao todo os três denunciados autorizaram em sete anos 6.691 diárias a si próprios, para outros membros da Câmara e funcionários. As viagens eram contratadas a pretexto de participação em eventos e cursos realizados nos finais de semana em cidades como Salvador, Maceió, Fortaleza, Recife, Natal e Porto Seguro.
O MP apurou que “tais eventos não tinham relação com o interesse público, servindo para mascarar a real finalidade dos pagamentos – promover indevido acréscimo remuneratório aos agentes em detrimento aos cofres públicos, além de vantagem econômica a empresários beneficiados pelo esquema criminoso”. Só para este ano estava autorizado um empenho de R$ 1 milhão para essa finalidade.
Os eventos foram contratados institutos e empresas, entre eles Cebas, Cetram, Cebras, Ibram, Ceplan, Cebam, Falcão Centro de Capacitação e Treinamento e Idap. As investigações do MP começaram a partir de relatórios nos quais o Tribunal de Contas do Estado apontou “fortes indícios de malversação de recursos públicos, no que tange às despesas realizadas pela Câmara Municipal de Mangaratiba com eventos de capacitação fora do Estado do Rio de Janeiro, com perpetuação deliberada do dano ao erário”.
Em 2016 o elizeupires.com publicou uma série de matérias sobre as viagens dos vereadores, todas questionadas pelo Tribunal de Contas, que nunca recebeu uma resposta merecedora de crédito.
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