Fora da realidade, lideranças do Rio disputam apoio de um “moribundo político”, esquecendo do olé que Eduardo Paes deu em 2024

● Elizeu Pires

Castro que ser candidato ao Senado, mas depende da unção de Bolsonaro, que nesse momento estaria mais preocupado com a própria pele – Foto: Reprodução/Gov-RJ

As manifestações em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro vêm sendo esvaziadas há algum tempo. Tem mais. Em 2020 ele estava no auge, mas o seu PSL só fez figuração nas eleições municipais. Veio 2024, e ele e os seus do PL jogaram pesado para tentar eleger Alexandre Ramagem no Rio, mas o resultado foi vergonhoso, com Eduardo Paes engolindo Ramagem e companhia, além do governador Claudio Castro, somando o dobro da votação obtida pelo candidato do bolsonarismo.

Qualquer analista que esteja com os dois pés no chão sabe que Bolsonaro está no fim da linha, politicamente falando, e que não precisa de adversário para levá-lo ao fundo do poço, pois ele e os filhos se encarregam disso, como vem ocorrendo agora em tempos de tarifaço. Também não é preciso ser muito inteligente para perceber que os 50% de tributação de Donald Trump contra produtos brasileiros – que os filhos do ex-presidente vêm comemorando –, é uma chantagem das mais baixas, do tipo, “parem com o processo, não condenem Bolsonaro, que tudo ficará bem”.

Isso serve para mostrar que o deus dessas lideranças políticas que querem enfrentar Eduardo Paes nas urnas em 2026 está em pânico, pois Bolsonaro sabe o que fez no verão passado e tem certeza de que vai pagar por seus atos, seja lá qual for o tom das ameaças de Trump, que se acha no direito de emparedar a justiça brasileira, para aliviar quem achou que poderia ganhar no grito e permanecer governando o país.

O fato é que o processo vai continuar, e é isso que apavora Bolsonaro e o seus. Tanto que o governador de São Paulo, um homem que se mostra servil para ter o apoio do bolsonarismo em 2026, sugeriu que se liberasse o passaporte do seu deus, para ele poder viajar aos EUA, supostamente para pedir o recuo de Trump em relação ao tarifaço, sugestão que trouxe à luz uma suspeita de há muito: uma fuga, pois se o ex-presidente embarcar poderá ficar exiliado, e de lá continuar atacando as instituições.

Não vai rolar. Não terá viagem alguma, e “moribundo” politicamente falando, o deus de Malafaia, Claudio Castro, Washington Reis, entre outros, não terá poder suficiente para colocar um elefante em cima de uma árvore, e Bolsonaro continuará em pânico, a não ser que os portões da Embaixada Americana lhe sejam abertos para um abrigo salvador, porém vergonhoso, pois terá sido fuga do mesmo jeito.

Esperneiem, gritem, profiram a ofensa que quiserem, mas não ignorem o fato de que Bolsonaro e os filhos estão adorando as ameaças de Trump ao Brasil, inclusive vendo-as como resposta do presidente americano aos pedidos deles.