Discurso do “sou, mas diferente” adotado na campanha de 2016 é retomado em Magé por deputado que quer ser prefeito

Renato só conseguiu ser deputado por causa do peso que a tia ex-prefeita, escândalos a parte, ainda tem em alguns bairros do município

Nem Dinho (Anderson Cozzolino), nem Núbia (Cozzolino). O candidato da família que governou Magé por cerca de 30 anos – e desde 2016 vem tentando retornar o poder – , deverá ser mesmo, até por questões jurídicas, o deputado estadual Renato Cozzolino Harb, filho da ex-deputada Jane Cozzolino, que teve o mandato cassado pelo plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro em 2008. Renato já tem se manifestado como pré-candidato a prefeito e até voltou a ensaiar o discurso da disputa anterior, de que ele é ele, e os familiares, familiares…

Na campanha para prefeito em 2016 Renato tinha um discurso para os eleitores de alguns bairros e outro bem diferente nos considerados redutos da ex-prefeita Núbia Cozzolino, que apesar dos escândalos, denúncias de corrupção e prisões, é apontada como grande “fazedora de obras” e é muito querida entre os menos favorecidos, sendo dona de um capital eleitoral ainda significante.

Sem a tia, por exemplo, ele não teria conseguido o primeiro mandato em 2014 nem sido reeleito no ano passado, apesar de alguns analistas considerarem que o sobrenome o atrapalhou na eleição de 2016, quando o candidato do clã foi “atropelado” nas urnas, perdendo para Rafael Santos de Souza, o Tubarão, por uma diferença de mais de 40 mil votos.

Padrasto na Câmara – Se Dinho e Núbia terão de ficar de fora da disputa, o ex-vereador Valdeck Ferreira de Matos da Silva – que em abril de 2014 foi condenado por suposta compra de votos, com a pena de dois anos de prisão convertida a prestação de serviço – está pronto para retornar à vida pública.

Valdeck disputou a eleição pela primeira vez em 2000. Obteve 943 votos e ficou como suplente do PFL, mas acabou assumindo a cadeira. Em 2004 ele concorreu pelo extinto PRONA, sendo eleito com 2.095 votos – terceira maior votação para vereador naquele ano – e foi reeleito em 2008, no PTC, somando 3.803, sendo o quarto mais votado.

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