Entra e sai de comandante não muda nada na PM de Magé

O 34º BPM é o de maior contingente na Baixada, mas não apresenta resultados positivos

Com cerca de 300 mil habitantes, o município de Magé tem o 10º batalhão da Polícia Militar com o maior número de agentes da região metropolitana do estado do Rio de Janeiro, e é o primeiro da Baixada Fluminense em contingente, mas nem por isso vem conseguindo dar conta do recado. Sem histórico de confronto, apreensão de armas e prisões importantes, o 34º BPM tem um efetivo de 392 homens, uma média de um policial para cada grupo de 740 moradores, um quantitativo que causa inveja aos moradores de Duque de Caxias (área do 15º BPM), São João de Meriti (21º), Nilópolis, Mesquita, Nova Iguaçu (20º), Belford Roxo (39º), Queimados, Japeri, Paracambi, Seropédica e Itaguaí (24º), com universos populacionais muito maiores, mas com policiamento em confronto direto com a bandidagem, ao contrário do de Magé, que não troca tiros, não tem ação preventiva, não prende ninguém e ainda é motivo de chacota entre os inimigos da lei.

Tomado por bandidos, alguns bairros do primeiro distrito de Magé já contam hoje até com “toque de recolher”: depois das 21h o risco é certo em alguns pontos. Isso ocorre também na localidade de Mauá e na periferia de Piabetá, onde marginais egressos dos morros do Rio ditam as regras e impõe o regime do medo, sem receberem o devido combate da Polícia Militar. Essa semana o batalhão local passou por mais uma troca de comando, medida que – já ficou bem claro – em pouco ou quase nada ajuda, já que a tática de policiamento é quase sempre a mesma: “para-pedros” improdutivos para a sociedade, apoio às operações esquisitas do Detro e a explícita colaboração com a Concessionária Rio Teresópolis (CRT), com viaturas paradas na entrada de Piabetá para inibir o acesso de caminhões que buscam uma opção contra o pedágio.

Magé, segundo dados oficiais do comando geral da PM, tem o dobro do número de policiais verificado em algumas cidades vizinhas e mais que isso em outras, mas os números não tem ajudado em nada. Se for levado em conta apenas o universo populacional do município há um agente para cada grupo de 740 moradores. Acrescentando a população de Guapimirim – cuja segurança está a cargo do mesmo batalhão – a média cai para um policial para 892 pessoas, mas ainda assim Magé fica numa situação muito privilegiada em comparação aos demais municípios, pois o 15º BPM (com 594 policiais), por exemplo, tem um agente para 1.482 pessoas, enquanto que o 20º (712) tem um para cada grupo de 1.595 habitantes; o 21º (409) um para 1.128; 24º (457) um para 1.077 e o 39º (293) um policial para cada grupo de 1.892 habitantes.

“Nossa polícia parece ter medo dos bandidos. Aqui em Mauá está uma vergonha. As famílias já não podem mais nem bater papo nas calçadas. É muito assalto e não temos uma ação efetiva por parte da PM. Sinceramente não sei a que isso se deve…”, diz um comerciante.

 

Confira aqui o efetivo dos batalhões da Polícia Militar