Itaguaí: volta de “fantasmas” teria sido para barrar CPI

A Prefeitura de Itaguaí está sendo alvo de uma devassa por parte da Polícia Federal, MPF e MPE

Eles foram exonerados em dezembro, mas receberam os meses de janeiro, fevereiro e março

O cerco aos servidores fantasmas da Prefeitura de Itaguaí, exonerados em dezembro pelo prefeito Luciano Mota (sem partido), por pressão das investigações de um grande esquema de fraude e corrupção, poderá levar a Polícia Federal direto ao grupo de vereadores que até o final do ano passado dava sustentação ao governo e recuou diante do recrudescimento das ações da PF e Ministério Público federal e estadual. De acordo com as autoridades, os 224 “fantasmas” – apesar de exonerados no fim de 2014 – permaneceram na folha de pagamento nos meses de janeiro, fevereiro, março e custaram cerca de R$ 3 milhões aos cofres da municipalidade nesses três meses, R$ 13.392,85 cada um deles em média. A suspeita é de que isso aconteceu para tentar frear a CPI aberta na Câmara para apurar aquilo que a PF já vinha investigando há alguns meses.

Segundo acreditam as autoridades, se não a totalidade, a maior parte dos 224 “fantasmas” seria ligada a vereadores. Os nomeados nesse esquema não trabalhavam antes das exonerações de dezembro e não o fizeram também nos três primeiros deste ano. Para uma fonte ligada ao prefeito que está afastado do cargo desde o dia 31 de março por decisão da Justiça Federal, “Luciano vinha sendo sangrado por um grupo de vereadores e pagava caro pela sustentação oferecida pela Câmara”.

A volta dos “fantasmas” à folha de pagamento está sendo investigada como uma fraude a parte e a Polícia Federal quer saber quantos deles eram ligados a vereadores e se esses vereadores realmente indicavam pessoas para receberem sem efetivamente exercerem os cargos comissionados nos quais foram nomeados.

 

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