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Com 195 vereadores, casas legislativas da região mais pobre do estado do Rio de Janeiro pesam bastante no bolso do contribuinte e não dão nenhum retorno
Eles têm carros e combustíveis, assessores além do necessário e muitos até seguranças armados, tudo pago pelos contribuintes. São os ditos representantes do povo, eleitos diretamente de quatro em quatro anos, alguns na base do voto comprado a R$ 50 (o Ministério Público recebe centenas de denúncias sobre isso a cada pleito), em operações ilegais que costumam chamar de “boca de urna”. Eles são os vereadores (195 só na Baixada Fluminense) e, segundo o Tribunal de Contas do Estado, custam, na região mais pobre do estado do Rio de Janeiro, R$ 162 milhões por ano, considerando apenas os dados do exercício de 2013, uma vez que as contas do ano passado ainda não foram apreciadas pelo TCE, pois até a última sexta-feira 32 câmaras ainda não haviam enviado a documentação referente a 2014, embora o prazo tivesse terminado no dia 30 de junho. Os gastos, entretanto, podem ter sido aumentados em pelo menos 20% de janeiro de 2014 a até o fim do primeiro semestre deste ano, o que só poderá ser comprovado com a análise das contas dos exercícios de 2014 e 2015. Representando mais a si mesmos que o povo que os elege, os vereadores – quando não estão viajando para supostamente participarem de congressos em cidades turísticas – passam o tempo dando moções, títulos de cidadania honorária e apresentando indicações de obras que sabem que já estão no programa de ações dos prefeitos, para depois se apresentarem nas comunidades como pais da “criança”. Para algumas lideranças comunitárias da região esses senhores edis são caros e supérfluos,
De acordo com dados do TCE, dos 13 municípios da Baixada Fluminense Duque de Caxias é o que tem o Poder Legislativo mais caro, registrando um gasto de R$ 1.864.206,000, em 2013, em média. por cada um dos seus 29 vereadores, seguido de Itaguaí, que tem 17 vereadores e gastou R$ 1.334.460,00 por cada um deles. Os registros do Tribunal de Contas chamam ainda a atenção para as duas cidades mais pobres da Baixada, Seropédica e Japeri, que pagam um preço muito alto pelo funcionamento de suas casas legislativas: Seropédica tem 10 parlamentares e em 2013 pagou R$ 534.273,00 por cada um deles, enquanto Japeri gastou naquele ano R$ 400.626,00 por cada um dos 11 representantes do povo.
Com 29 vereadores Nova Iguaçu tem a terceira Câmara mais cara da região. Funciona em sede alugada e em 2013 teve uma despesa total empenhada no total de mais de R$ 17 milhões, mas seus gastos não são nada claros aos olhos dos contribuintes que naquele ano, aponta o TCE, pagaram R$ 596.120,00 por vereador. Depois de Nova Iguaçu vem Mesquita e Nilópolis, ambos com 12 vereadores, ao custo unitário de R$ 568.244,00 e R$ 567.065,00 respectivamente. Sexto colocado na lista das câmaras mais caras da região, o município de São João de Meriti está recebendo uma atenção especial do Tribunal de Contas porque seus vereadores (que custaram, cada um, R$ 562.301,00 em 2013), fizeram uma viagem no ano passado ao litoral da Paraíba, levaram sete acompanhantes e gastaram mais de R$ 100 mil cada um deles.
O ranking das câmaras mais caras prossegue com Seropédica e Magé em sétimo e oitavo lugares, respectivamente, com R$ 534.273,00 e R$ 463.020,00 por vereador; Belford Roxo e Queimados, nono e décimo colocados, com R$ 431.021,00 e R$ 430.823,00 por parlamentar; Guapimirim e Japeri em décimo primeiro e décimo segundo lugares com R$ 400.626,00 e R$ 371.104,00 por vereador. Já Paracambi, que tem nove vereadores, pagou em 2013, R$ 357.872,00 por cada um deles.
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Vereador não serve e nunca serviu par nada. São uns come e dorme.
Essa Câmara de Caxias é uma piada.
Os vereadores de Nova Iguaçu comem nas mão do prefeito e não fiscalizam nada.
Vergonha. Nenhuma Câmara Municipal funciona a favor do povo.