Secretário estaria passando mais tempo em Brasília do que no município ao qual deveria dedicar a maior parte do seu tempo
Se aparecer para trabalhar nessa segunda-feira, Abner Peclat Barboza, mais conhecido como Leo Peclat, já não deverá ser mais o secretário de Saúde de Japeri. É que, desde maio no comando do setor, Peclat estaria marcando mais ponto em Brasília do que no município da Baixada Fluminense, ao qual deveria dedicar a maior parte do seu tempo. De acordo com denúncias feitas na tribuna da Câmara de Vereadores na semana passada, de cada 30 dias do mês, o secretário passaria 20 na capital federal, supostamente fazendo lobby, não em favor de Japeri, mas para Queimados, onde reside e outras cidades, inclusive de outros estados.
Na última quarta-feira o prefeito Ivaldo Barbosa dos Santos, o Timor, anunciou que abriria uma sindicância para apurar a ausência do secretário e a razão de tantas viagens à Brasília, já que nenhum benefício essas supostas ações na capital federal conferiram ao município de Japeri até agora. “Sou um prefeito presente e os secretários também precisam ser”, afirmou Timor.
Abner costuma se apresentar como gestor em Saúde e já foi secretário duas vezes. A primeira foi em Queimados, na administração do prefeito Azair Ramos e a segunda em Japeri, no período do prefeito Bruno Silva. Nessa época ele foi citado em depoimento prestado à Justiça Federal pelo empresário Luiz Antonio Vedoin, como ligado às entidades filantrópicas Fazendo o Futuro e Alternativa Social, ambas sediadas em Queimados. As duas receberam juntas, R$ 280 mil do Ministério da Saúde, a partir de um esquema de corrupção estourado em 2006, montado em 2000 para que a empresa de Vedoin, a Planan, vendesse ambulâncias superfaturadas.
De acordo com o que foi apurado, em 2004 a Fazendo o Futuro recebeu R$ 160 mil e comprou duas ambulâncias da Planan e a Alternativa Social teve um repasse de R$ 120 mil – em outubro de 2005 – e adquiriu um veiculo. Foi apurado ainda que quando receberam os repasses do Ministério da Saúde as duas entidades estavam com os registros cassados, por não prestarem a assistência social.
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