
Alguns nomes impostos por Picciani estariam sendo mal avaliados nas consultas feitas para consumo interno
As convenções que definirão as candidaturas para as eleições municipais só vão acontecer em julho e as campanhas – com apenas 45 dias de duração – vão ganhar as ruas na segunda quinzena de agosto, mas desde junho do ano passado que os partidos vêm fazendo pesquisas para se orientarem na escolha dos nomes que pretendem levar ao crivo dos convencionais para definir os candidatos a prefeito. São exatamente essas consultas para consumo interno que deverão levar o PMDB a rever seus conceitos sobre alguns nomes impostos pelo presidente estadual do partido, Jorge Picciani, em um encontro da legenda realizado em setembro do ano passado. É que os números dessas análises estão desaconselhando a pré-escolha do “dono” do PMDB no estado do Rio de Janeiro. “Creio que alguns nomes serão realmente revistos, pois lançá-los seria o mesmo que entregar a disputa de bandeja aos adversários”, disse um nome de frente da legenda na Baixada Fluminense, apostando na substituição de pelo menos dois pré-candidatos na região.
Quem conhece bem o presidente estadual do PMDB diz que ele é “um homem de palavra” e que não costuma faltar com a palavra dada. Entretanto, os mesmos “especialistas em Picciani” afirmam que ele não gosta de perder uma disputa eleitoral e estão apostando nisso quando externam que ele vai ter de fazer algumas substituições se estiver mesmo interessado em disputar de igual para igual as prefeituras que o PMDB gostaria de manter e obter as que gostaria de ganhar. “Esse negócio de impor nomes não é nada saudável, mas é até compreensivo. O problema é que o presidente não conhece todos os municípios, não sabe das peculiaridades de todas as cidades e fica falando em nomes com base no que desses nomes ouviu. A realidade é muito diferente. O escolhido tem de conquistar é o eleitor e não a simpatia do presidente estadual”, diz um ex-peemedebista que agora está filiado ao PSB e pretende disputar uma prefeitura no interior.
No dia 24 de setembro, Picciani reuniu seus correligionários na sede do partido numa solenidade de filiação dos novos integrantes e anunciou vários pré-candidatos a prefeito. Naquele dia ele anunciou que o PMDB terá candidatos próprios em 71 cidades e que pretende fazer alianças em outros 12 municípios, indicando vice em chapas encabeçadas por nomes do PT, PSC, PTB, PP, PPS e PMN.