Itaguaí: Esforço de Rubão para eleger vereadores de sua inteira confiança sugere que ele estaria apostando numa eleição suplementar

● Elizeu Pires

O entendimento jurídico é que Rubão já está na condição de reeleito – Foto: Reprodução

Com o registro de candidatura impugnado ontem (9) pelo juízo da 105ª Zona Eleitoral, o prefeito de Itaguaí, Rubem Vieira de Souza, o Dr. Rubão (Podemos), estaria mesmo é interessado em provocar uma eleição suplementar e, enquanto essa não acontecesse, ficaria no poder pelo menos indiretamente.

Pelo menos é esse o entendimento de alguns observadores, raciocínio reforçado pelo fato de Rubão insistir em disputar um terceiro mandato consecutivo mesmo sabendo que a legislação não permite, e no esforço que ele estaria fazendo para eleger quatro vereadores de sua inteira confiança, estrategicamente instalados em quatro partidos diferentes, Podemos, PSD, PP e PDT.

A estratégia seria eleger um dos quatro para presidir a Câmara, para que esse possa assumir a Prefeitura, já que Rubão acharia que será o mais votado. Como ele estará concorrendo sub judice, sua votação não seria computada se a situação não se reverter até 31 de dezembro.

O problema é que ele tem adversários competitivos que podem frustrar as expectativas de se manter no comando do município ainda que indiretamente que Rubão estaria nutrindo. “Ele não é burro. Sabe que está inelegível e ainda assim gasta com advogados para permanecer em campanha e ter o direito de ser votado. Rubão acredita que ficará em primeiro lugar, o que resultaria numa gestão interina até que se faça uma nova eleição. Ai já terá passado tempo suficiente para ele ter uma chance de trabalhar para eleger seu sucessor”, diz um observador mais atento.

Os eleitores de Itaguaí estão diante de situação idêntica a verificada em Itatiaia, em 2020, quando mesmo sabendo que não poderia disputar um terceiro mandato, o então prefeito Eduardo Guedes, o Dudu, insistiu em concorrer e acabou mergulhando esse município  em um longo período de insegurança jurídica com gestões provisórias. Guedes disputou sub judice, foi o mais votado, mas não sentou na cadeira, o que não o distanciou do poder, pois os governantes interinos pertenciam ao grupo dele.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria

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