
Parlamentares interessados em voltar à base do governo estariam com medo
O histórico de assassinatos de personalidades políticas no município de Magé – sete execuções em 16 anos – voltou a mexer com parte da edilidade do município e o clima entre alguns deles já seria mesmo de medo. Na tarde de ontem começou a circular nos meios políticos da cidade que membros da Câmara Municipal com desejo de retornar à base do governo, estariam com medo de represálias violentas. Se confirmada essa informação, descortina-se novamente um cenário contrário ao estado democrático de direito, o que já foi muito real numa das cidades mais antigas do país, onde o medo era sustentado por ameaças veladas e depois pela ação de pistoleiros que praticaram crimes até hoje não esclarecidos, como os muitos atribuídos a fortes quadrilhas e grupos de milicianos estado a fora.
De agosto de 1997 a março do ano passado foram trucidados a tiros seis vereadores, uma vice-prefeita e ninguém foi punido por isso até agora. O crime que mais chocou a população foi a tripla execução ocorrida no dia 16 de janeiro de 2002, quando o vereador Alexandre Alcântara, sua mãe (Edilia Rodrigues Pereira de Alcântara) e o motorista da família (Arnaldo de Souza Santos), foram metralhados na Estrada Rio-Magé. Cinco meses depois, no dia 2 de junho, a vice-prefeita Lídia Menezes foi morta a tiros. Seu corpo foi encontrado carbonizado nas proximidades da Estrada Magé-Manilha.
Os assassinatos de personalidade políticas no município começaram em agosto de 1997, quando o vereador Geraldo Ângelo Pereira foi morto a tiros em frente ao clube que presidia, na localidade de Raiz da Serra. Sete meses depois, em março de 1998, o médico e vereador Walter Moraes Arruda foi tocaiado na altura do bairro Jardim Esmeralda. Esse crime foi esclarecido, mas o acusado de tê-lo encomendado, o ex-vereador Antonio Leão, ainda não foi julgado.
Como se certos da impunidade, criminosos continuaram atentando contra a vida de políticos e no dia 4 de agosto de 2006 ceifaram a vida de Carlos Alberto do Carmo Souto, o Chuveirinho, vereador do PSC. Menos de um ano depois (fevereiro de 2007) o vereador Dejair Correa foi executado no bairro Piedade e na noite de 2 de março do ano passado foi morto Antonio Carlos Silva Pereira, o Tonico Pescador, suplente de vereador em exercício de mandato pelo PMDB.