“Jamais haverá ano novo se continuar a copiar os erros dos anos velhos” (Autoria desconhecida)
● Elizeu Pires
Esperança, segundo Aristóteles, “é o sonho do homem acordado”, mas há quem confunda esperança com a conjugação do verbo esperar, em todos os tempos e pessoas. Assim não se chega a lugar algum. Continua-se sempre à espera.
A esperança é muito mais que uma das três virtudes teologais do Cristianismo, que serve para classificar os que desejam e esperam que Deus vá resolver tudo e ainda lhes dar a vida eterna. Pensar dessa forma não é ter esperança. É ficar esperando que do firmamento desça muito mais que chuva… Talvez o maná que os alimentem sem a necessidade do labor diário.
A esperança tem de caminhar junto com a perseverança dos que dão duro no batente para construir um futuro melhor para si e os seus. Quem assim procede está esperançando e não hibernando em torno de uma crença emocional de que ao acordar vai ter resolvido seus problemas, e vencidas todas as dificuldades.
Ter esperança é acreditar nos esforços próprios. É investir na capacidade de realizar os sonhos regando o solo com o próprio suor.
O ensaísta inglês Gilbert Keith Chesterton dizia que “o objetivo de um ano novo não é que nós deveríamos ter um ano novo”, e completava: “deveríamos ter uma alma nova”.
Concordo com ele e para externar isso recorro a mais um pensamento de autoria desconhecida: “Chega de velhas desculpas e velhas atitudes! Que o ano novo traga vida nova, como o rio que sai lavando e levando tudo por onde passa”.
Então nos voltemos a isso, pois plantar e colher bons frutos depende apenas de nós mesmos. Além disso, a construção de um castelo começa com uma simples pedra.
Então, feliz ano novo, momento em que tudo pode se transformar. Até porque, como já dissera o pensador e contista maranhense Erasmo Shallkytton, “os desejos são as mais belas obras desse evento anual”.