● Elizeu Pires
Uma licitação marcada para a próxima quinta-feira (6) pela Câmara Municipal de Saquarema, está dando o que falar na cidade, e tem gente se preparando para tentar freá-la na Justiça, por ver como “absurdos” tanto o serviço a ser contratado, como o valor a ser gasto com algo que, entendem por lá, não resultará em qualquer benefício para os contribuintes, aos quais caberá pagar a conta.
De acordo com o edital do Pregão Eletrônico 90001/25, a Câmara pretende gastar até R$ 2.120.157,00 com a contratação de 13 vigilantes para atuarem na segurança armada dos 13 membros da Casa, inclusive dos familiares desses. Considerado o valor máximo estimado no edital, o custo mensal será de R$ 176,679,55, o que vai dar R$ 13.599,75 por cada segurança, bem mais do que a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) paga a um primeiro sargento, que tem vencimento mensal variando entre R$ 6 mil e R$ 8 mil por mês.
O valor global estimado no edital, se dividido pela quantidade de seguranças a ser contratada, representa seis vezes mais o salário médio de um vigilante de escolta armada no Rio de Janeiro, que é estimado em R$ 2.307 por mês.
Além do valor global apontado como “alto demais”, chamam a atenção no edital os itens da descrição das atividades, que dizem, por exemplo, que caberá aos vigilantes “acompanhar a autoridade e seus familiares em deslocamentos e eventos externos”, e que poderão “deter pessoas consideradas suspeitas” e coibir “qualquer aglomerado de pessoas” no local em que estiver trabalhando.
Ou seja, através de um simples edital de licitação a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Saquarema, quer dar ao segurança privado que estiver serviço de seus membros poder para deter qualquer pessoa que o vigilante entender como suspeita.
*O espaço está aberto para manifestação da Câmara de Saquarema
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