Protelação no TSE vai esticando gestão interina
● Elizeu Pires

Então prefeito de Itatiaia, Eduardo Guedes, o Dudu, entrou na disputa eleitoral de 2020 mesmo sabendo que não poderia ser candidato, pois já estava na condição de reeleito. Foi para as urnas sub judice, ganhou as eleições, mas não levou. Em vez de enfiar a viola no saco e ir tocar em outro terreiro, continuou insistindo e o que conseguiu foi prejudicar o município, que só foi ter nova eleição em março de 2022.
Graças ao tumulto criado por Dudu, que recorreu à Justiça vária vezes para impedir o pleito suplementar, Itatiaia teve três prefeitos interinos em um ano e dois meses, período em que ocorreram vários escândalos de corrupção que resultaram em afastamento de agentes públicos de suas funções, e até em prisões.
Passados pouco mais de quatro anos, a novela está sendo reprisada em Itaguaí, também pela teimosia de um político que já sabia que teria o registro impugnado e insistiu na disputa da qual não deveria nem ter entrado. Rubem Vieira de Souza, o Rubão, é o Dudu de Itaguaí.
A exemplo do político de Itatiaia, era presidente da Câmara e assumiu a Prefeitura com a cassação do titular e do vice. Ele chegou à Prefeitura em julho de 2020, disputou a eleição naquele ano e ficou na condição de reeleito, o que lhe deixou inelegível no pleito de 2024, no qual foi o mais votado.
Recursos e tempo perdido – Dudu impetrou vários recursos e perdeu todos, mas conseguiu manter seu grupo no governo com gestores interinos por um longo período. Rubão está indo pelo esmo caminho. Se deu mal em todos os recursos até agora.
O último embargo era para ter sido julgado desde fevereiro, mas já entrou e saiu de pauta três vezes. Duas a pedido do relator do processo, ministro André Mendonça, e um pela intervenção do ministro Kassio Nunes Marques, que pediu vistas no processo que estava sendo julgado pelo plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na sessão da última terça-feira (11).
Enquanto o TSE não decide se Itaguaí terá nova eleição ou não, o presidente da Câmara de Vereadores, Haroldo de Jesus, que até horas antes de sentar na cadeira era aliado de Rubão, vai governando interinamente o município, e deve estar adorando esse entra e sai de pauta de um processo que não existiria se Rubão não se achasse acima da lei ao ponto de se sentir merecedor de um terceiro mandato consecutivo.
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