Arrecadação maior não melhora qualidade de vida em Paty do Alferes

Repasses dos royalties do petróleo quintuplicaram em relação ao que o município recebia até dezembro de 2016

Os repasses de royalties para Paty este ano chegam a uma média de R$ 2,2 milhões por mês, uma realidade financeira bem diferente da verificada até dezembro de 2016 – Foto:Divulgação

Os números não mentem, mas em Paty do Alferes, pequeno município do estado do Rio de Janeiro, dois anos e dez meses após a posse do prefeito Eurico Pinheiro Bernardes Neto, o Juninho Bernardes,  ainda se ouve que ele herdou uma dívida de R$ 9 milhões e administra dificuldades. Porém, pelo que revela o Demonstrativo de Distribuição de Arrecadação do Banco do Brasil, a tal dívida não seria problema algum para o caixa de uma Prefeitura com boa gestão, já que a receita gerada pelas transferências constitucionais mais que dobrou em relação à administração anterior, graças a uma ação judicial iniciada em 2008. O processo – movido de forma coletiva por várias prefeituras – resultou no aumento dos repasses dos royalties para Paty em volume que representam hoje cinco vezes mais os valores que Agência Nacional do Petróleo (ANP) repassava ao município até dezembro de 2016.

Apesar de o município ter hoje mais dinheiro para chamar de seu, Paty do Alferes continua dependente, por exemplo, da saúde de Miguel Pereira, e algumas lideranças locais se queixam da falta de ações efetivas, alegando que a qualidade de vida do cidadão patiense não melhorou em relação ao aumento da arrecadação verificado no governo de Juninho Bernardes.

De acordo com os números do Demonstrativo de Distribuição de Arrecadação do Banco do Brasil, em 2016 as transferências constitucionais somaram R$ 31,6 milhões, sendo R$ 4,9 milhões de royalties. Este ano, até o dia 31 de outubro, os repasses chegaram ao total de R$ 49,9 milhões, R$ 22 milhões transferidos pela ANP.

Em 2016 a receita mensal de royalties foi de R$ 416 mil em média, subindo para R$ 522 mil em 2017, R$ 2,1 milhões ao mês em 2018 e R$ 2,2 milhões este ano, cinco vezes mais que em 2016. o Demonstrativo aponta que os números totais de 2017 são de R$ 33,6 milhões, sendo R$ 6,6 milhões de royalties. No ano seguinte, mostram os registros, as transferências constitucionais – fora repasses da Saúde ou verbas de eventuais convênios – chegaram a R$ 57,8 milhões, sendo que só os royalties somaram R$ 25,8 milhões nos 12 meses de 2018.

Governando em família – Eleito em 2016 com 43,93% dos votos apurados (7.737) Eurico Pinheiro Bernardes Neto não viu nenhum problema legal, moral ou politicamente incorreto em montar o que vem sendo chamado na cidade de “governo de família”. Classificam a gestão de Juninho assim pela presença de parentes deles no primeiro escalão.

Euriquinho empregou o pai Eurico Pinheiro Bernardes Junior como secretário de Educação e nomeou a mãe, Jeanne Marisete Teixeira Bernardes, para comandar a Secretaria de Desenvolvimento Social, e entregou a Secretaria de Obras aos cuidados de Alexandre Veiga Lisboa, que é casado com uma tia do prefeito.

O espaço está aberto para manifestação da administração municipal de Paty do Alferes.

Leia também:

Paty do Alferes tem um ‘governo de família’

Prefeitura de Paty do Alferes escolhe pagar mais caro pelo serviço de iluminação pública contratando a mesma empresa de Caxias

Comentários:

  1. Prezado Elizeu Pires, bom dia!

    Gostaria muito que saber a sua opinião e análise, sobre o atual momento da cidade de Miguel Pereira, sob a gestão do Prefeito André Português.

    É possível acreditar que há uma “revolução” em curso ou apenas uma ou outra iniciativa bem sucedida, sem visão de longo prazo?

    Desde já agradeço

    At. Mauro Nogueira

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.