Servidores jogam a toalha em Nova Iguaçu

Salário parco e péssimas condições de trabalho causam pedidos de demissões

Enquanto centenas de candidatos aprovados no último concurso público realizado pelo município lutam para serem convocados, dezenas de servidores efetivos de Nova Iguaçu estão abandonando o barco, pedindo demissão, segundo alegam, por conta do baixo salário e das péssimas condições de trabalho. São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, professores e pessoal do setor administrativo congestionando o mesmo corredor: o de saída. Só na edição de ontem do diário oficial foram publicadas 12 portarias de exoneração, todas a pedido. Entre os que se desligaram nos atos veiculados ontem estão sete professores, uma médica, uma enfermeira e uma técnica de enfermagem.

De todas as prefeituras da Baixada Fluminense a de Nova Iguaçu é a que mais tem registrado pedidos de demissões de ocupantes de cargos de provimento efetivo – atividade fim – nos últimos anos, a maioria lotada no setor administrativo. Depois vem o município de São João de Meriti, com destaque também para as funções administrativas. Embora os concursos públicos sejam muito concorridos, com até 500 candidatos por vaga oferecida – dependendo do cargo – quem já está na função pública mostra um alto grau de descontentamento.

“Ninguém entra para o serviço público enganado. Já se inscreve no concurso sabendo o salário que vai ganhar, mas mesmo assim é grande a procura. Depois que o aprovado toma posse é que a ficha cai de verdade e aí começam as reclamações. Passei recentemente para o magistério em Japeri e já estou trabalhando. De manhã trabalho numa escola em Austin. Saio e vou direto para a estação pegar o trem para Japeri, onde o professor tem sido bastante valorizado nos últimos anos. Antes de Japeri fui convocada também para Mesquita, mas abri mão da vaga, pois a escola ficava no bairro Jacutinga. Estou na educação por vocação e sei que a profissão exige sacrifício, mas tem muita gente que entra sabendo da realidade e já chega reclamando”, diz uma professora nível I, com mais de 20 anos de trabalho dedicados a rede municipal de ensino de Nova Iguaçu.

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Comentários:

  1. Que seja feita justiça a todos os classificados. E que os chorões (contratados) estudem (bastante) e passem em um concurso público dignamente como os todos os classificados.

  2. Bornier está acabando com a educação em Nova Iguaçu,ele prioriza o joguete político em sua administração.A prefeitura realizará novo concurso só por que o atual não foi realizado por outra gestão.SE A EDUCAÇÃO FOSSE PRIORIDADE , ERA SÓ USAR O BANCO DE CANDIDATOS APROVADOS.AS TURMAS ESTÃO LOTADAS E HÁ INDÍCIOS DE CONTRATADOS OCUPANDO VAGAS DO CONCURSADOS.A questão salarial dever ser discutida e o professor deve lutar por melhores salários,pois ninguém sofre da síndrome de Gabriela “eu nasci assim e sou sempre assim.”

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