
… e a Policia Militar continua apoiando
O nome já diz tudo – Departamento de Transportes Rodoviários -, mas parece que os agentes fiscalização do Detro não sabem disso, pelo menos os que vêm atuando no município de Magé. De acordo com a legislação é de competência do órgão a fiscalização do transporte intermunicipal, seja ele feito por empresas de ônibus, cooperativas de transporte alternativo ou vans autorizadas, mas, no território mageense, contando sempre com a ajuda de um policial militar fardado, eles têm feito operações no mínimo estranhas, parando, inclusive, carros particulares, como se tivessem autorização para isso. O ponto preferido desses agentes, quase sempre acompanhados do mesmo policial militar, é a entrada de Piabetá, nas proximidades do cemitério de Bongaba, onde param também taxistas de Magé e veículos de transporte escolar local, que só deveriam er fiscalizados, em atividade, pela Secretaria Municipal de Transportes. Em março deste ano uma professora teve o veículo apreendido pelo simples fato de dar carona a uma vizinha que estava passando mal, mais uma vez com os agentes do Detro contando com apoio da PM.
A cumplicidade de policiais militares com agentes do Detro em operações estranhas em todo o estado vem sendo alvo de denúncias há pelo menos cinco anos, mas os abusos continuam. No ano passado foi constatado, por exemplo, que veículos apreendidos estavam sendo rebocados para um depósito clandestino em São João de Meriti. Também no ano passado agentes do órgão foram presos em Niterói sob acusação de extorsão praticada contra topiqueiros que fazem a linha intermunicipal entre Itaipu (Niterói) e Itaipuaçu (Maricá).
No caso da fiscalização de carros particulares o Detro já foi até condenado pela Justiça, mas alguns de seus agentes não tomam jeito. O órgão foi obrigado a indenizar em R$ 5 mil, por danos morais, um morador de Campos, que teve o carro apreendido sob a alegação de estar praticando “lotada”. O motorista, na verdade, estava transportando a namorada e a irmã dela. Além da indenização o Detro teve de devolver os R$ 2.341 cobrados pela infração que não havia sido cometida.