Tempo não está nada bom para a educação em Petrópolis

Mas em meio a crise no setor a Prefeitura confirma novo concurso para contratar 526 professores e 687 novos profissionais de apoio, para poder reduzir a carga horária de trabalho

A postura Sindicato Estadual de Profissionais da Educação (Sepe), que atua no sentido de transformar em palanque político a situação dos professores e profissionais de apoio da rede municipal de ensino de Petrópolis, em vez de ajudar a categoria, “só atrapalha”. Esse é o entendimento da equipe técnica do governo, envolvida nos estudos para que a administração municipal atenda as reivindicações da classe, que, entre outras coisas, quer a redução da carga horária em sala de aula de 20 para 12 tempos, quando a lei estabelece uma contração para 14. Os professores, por sua vez, reclamam que os que se encontram em estado probatório estariam sendo ameaçados de demissão por causa da última greve, o que o prefeito Rubens Bontempo nega.

Crise a parte, o secretário de Administração Henrique Manzani confirma a realização de um novo concurso público para contratar professores para que a redução de 20 para 14 tempos possa ser implantada já no próximo ano letivo e 687 profissionais de apoio. O edital para esse processo seletivo está sendo elaborado, inclusive com a participação do Sepe, mas há na equipe do governo quem não vê com “bons olhos” a postura da entidade, que, revela um membro da administração municipal, “participa das reuniões, firma acordos e depois faz tudo diferente”.

De acordo com dados da Secretaria de Controle Interno, a redução da carga horária de 20 para 14 tempos, demandará na contratação de 526 professores, ao custo de cerca de R$ 17 milhões por ano. Se a redução pretendida pelo Sepe (acima do que a lei determina) fosse aceita pelo governo, o impacto financeiro seria maior ainda. “A lei tem que ser cumprida e nunca negamos isso. Os estudos nos dão uma visão do que temos que fazer, mas não seria responsável dizer que é possível fazer isso imediatamente, principalmente num momento em que o país passa por uma delicada fase econômica. Os municípios estão asfixiados, o que exige ainda mais seriedade e planejamento. O sindicato, que participou, até o início de agosto, das reuniões para a realização destes estudos, sabe disso”, afirma a secretária de Educação, Mônica Freitas.

O que deixa o governo com a “pulga atrás da orelha” em relação ao Sepe é o fato de o sindicato fazer paralisações depois de firmar acordos. O governo lembra que no dia 15 de julho foi assinado um documento estipulando as metas a serem cumpridas, tendo sido agendada uma reunião para o dia 29 do mesmo mês, mas dois dias antes dessa reunião, apesar da negociação estar sendo feita, aconteceu uma paralisação, uma segunda foi feita em agosto e no início deste mês a categoria entrou em greve, o que, entende o governo, foi uma opção pelo embate político.

 

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