Isso já virou abuso

Empresa não se enquadra e se prevalece de decisão judicial para não ser fiscalizada

Com a queda de braço entre a empresa de ônibus Alfa Rodobus – que por força de decisão judicial ainda continua explorando as linhas municipais – e a Prefeitura de Magé, quem está ficando no prejuízo é a população. A empresa presta um péssimo serviço, não paga o que deve de impostos e nem se permite ser fiscalizada, criando uma situação anárquica, como se o poder concedente não tivesse o direito e a obrigação de agir. Sem “pernas” próprias, a empresa paulista – que venceu uma licitação em 2009 e firmou contrato com validade de 25 anos -, é “cauçada” pela Viação Pavunense, que opera no Rio, mas mesmo assim não consegue cumprir com o seu dever de prestadora de um serviço essencial.

Os abusos são muitos e mesmo tendo sido provado que a Rodobus mantinha veículos caindo aos pedaços, parte da frota sem documento e admitia em seus quadros motoristas não habilitados para conduzir ônibus, ela conseguiu reverter na Justiça a cassação de suas linhas por parte da Prefeitura e desde o início de 2012 vem fazendo o que bem entende, pois até os veículos irregulares que foram apreendidos a Prefeitura teve de liberar e o prefeito Nestor Vidal chegou a ter a prisão decretada pelo crime de cumprir com sua obrigação nesse caso. No ano passado um acidente deixou várias pessoas feridas. O ônibus em que viajavam com destino à Mauá chocou-se contra um poste e tombou em seguida. As responsabilidades ainda estão sendo apuradas, mas parece que esse fato é só mais um na história da Rodobus em Magé.

De mãos atadas, o poder concedente vem assistindo a tudo e ouvindo as reclamações dos usuários que sofrem nos pontos esperando pelos cacarecos da Rodobus. Ontem recebemos dezenas de mensagens de moradores do bairro Barão de Iriri. Reclamam que ficaram a pé por conta do descaso da empresa, que prioriza as linhas mais lucrativas e deixa os usuários das linhas de menor número de passageiros esquecidos nos pontos. Resta saber até quando essa empresa vai continuar desafiando o poder publico.

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