
Ex-prefeito de Macaé deixou dívida de mais de R$ 11 milhões para exercício seguinte e um saldo bancário de mentirinha
Uma “maquiagem” de 669,48% no saldo bancário da Prefeitura de Macaé em 31 de dezembro de 2010 e várias outras irregularidades levaram o Tribunal de Conta do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) a reprovar as contas de gestão referentes ao exercício de 2010, segundo ano do segundo mandato do prefeito Riverton Mussi, que já é considerado “ficha suja” pela Justiça Eleitoral desde o pleito do ano passado, quando ele teve mais de 26 mil votos para deputado estadual e estes não foram computados. Segundo análise do órgão, o saldo da Prefeitura era de R$ 29.690.384,59, mas a contabilidade do governo apresentou um valor muito além da realidade (R$ 228.460.216,15) nos balanços financeiro e patrimonial.
Outra irregularidade considerada grave pela corte de contas é o fato de Riverton ter deixado para o ano seguinte, contrariando a lei de responsabilidade fiscal, um saldo devedor de R$ 11.563.403,12. Na análise da prestação de contas feitas pelo ex-prefeito o TCE-RJ detectou também a ausência de registros contábeis de despesas no valor de R$ 198.796.584,16 e por isso determinou que atual prefeito, Aluízio dos Santos Júnior, faça uma tomada de contas especial para, no prazo de quatro meses, apurar os fatos, identificar os responsáveis e apontar os danos causados ao município.
No mesmo julgamento, realizado ontem, o tribunal condenou Riverton e a vice-prefeita Marilena Pereira Garcia, a devolverem aos cofres do município o total de R$ 95.990,58, recebidos por eles a título de remuneração em 2010. O valor corresponde em Ufir-RJ ao que receberam de forma irregular, sendo R$ 78.143,27 pagos a Riverton Mussi e dos R$ 2.389,85 destinados a Marilena Pereira, um total de R$ 80.533,12. A análise do TCE-RJ também apontou ausência de registros contábeis de despesas no valor de R$ 198.796.584,16.