Com assinatura de apenas seis dos 17 membros da Casa, a Câmara de Vereadores decidiu hoje instalar uma comissão processante e uma de inquérito para apurar denúncias de supostas irregularidades em processos licitatórios e uso indevido de dinheiro público, fatos atribuídos à gestão do prefeito Luciano Mota (sem partido). A CPI será presidida pelo vereador Jailson Barbosa, terá como relator Willian Cezar e o vereador Noel Pedrosa como membro. São 120 dias de prazo para ouvir os que forem convocados para prestar depoimento e recolher documentos, podendo esse prazo ser prorrogado por mais 60 dias.
A Câmara resolveu agir um mês após a Operação Gafanhotos deflagrada no dia 18 de dezembro pela Polícia Federal, sob o comando do delegado Hylton Coelho. De acordo com a PF, um suposto esquema de fraude teria desviado cerca de R$ 30 milhões por mês de verbas federais (royalties do petróleo e repasses do Sistema Único de Saúde.
O requerimento para formar as comissões foram assinados pelo presidente da Câmara, Nisan Cezar e pelos vereadores Jailson Barbosa, Willian Cezar, Noel Pedrosa, Abeilard Goulart e Luiz Fernando de Alcântara. Durante a sessão dessa terça-feira o presidente da Câmara disse que três vereadores teriam sofrido ameaças durante a madrugada. Nisan afirmou que a Câmara não poderia ficar alheia às revelações que a Operação Gafanhotos trouxe a público. Para Nisan o prefeito deveria colaborar, “caso nada haja de errado”.