Prefeito fala de cortes que não aconteceram e superdimensiona comprometimento financeiro para justificar falta de ação do governo

Concluindo o primeiro trimestre do terceiro ano do seu terceiro mandato como prefeito de Rio das Ostras, Alcebíades Sabino dos Santos (PSC), parece perdido diante dos problemas do município, os quais demonstra não ter condições de resolver. Disposto a culpar a crise pela falta de realizações, ele anunciou ter extinguido seis das 18 secretarias municipais, só que até o final do expediente de ontem nenhum ato nesse sentido havia sido publicado. Jogando para a plateia desde que assumiu o governo, no dia 1º de janeiro de 2013, Sabino comprou uma briga com a Odebrecht Ambiental – que gere o sistema de saneamento da cidade  – e  para justificar o fato de não pagar valores devidos a empresa, divulgou que a Parceria Público Privada (PPP) que envolve Odebrecht Ambiental , consome 75% dos recursos dos royalties do petróleo, quando os números oficiais apontam outra coisa: durante o ano passado a despesa com o sistema de saneamento somou R$ 89.294.900,00, o equivalente a 26,73% dos R$ 334 milhões recebidos pelo município em 2014.

Se o prefeito fala em queda de recursos os números do próprio governo mostram uma realidade diferente, apontando uma previsão de receita – com os royalties do petróleo – de mais de R$ 400 milhões para este ano, superior ao efetivamente recebido da Petrobras em 2014.  Segundo o orçamento aprovado para o exercício de 2015, o município deverá arrecadar este ano R$ 898 milhões, R$ 117 milhões a mais que o orçamento do ano passado.

Se o prefeito fala de cortes e não mostra o que de fato cortou, o presidente da Câmara de Vereadores, Alzenir Pereira Melo, o Nini, nem de corte fala. Os gastos do Poder Legislativo com salários de assessores, gratificação e auxílio chegou a R$ 5.952.962,40 no ano passado e os dois gabinetes mantidos por Nini custaram R$ 1.211.500,44 nos 12 meses de 2014.