Salve-se quem puder em Itaguaí

Para algumas lideranças locais o Poder Legislativo também precisa ser passado a limpo

Vereadores sob investigação também poderão ser afastados

O afastamento do prefeito Luciano Mota (sem partido), determinado pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região na tarde de terça-feira, fez a ficha cair para um grupo de vereadores de Itaguaí e as últimas noites tem sido de insônia para alguns deles, pois agora foram despertados para uma realidade a cada dia mais próxima: a casa pode cair também para eles, já que o cerco formado pela Policia Federal, Ministério Público federal e estadual enquadra membros da Câmara Municipal, pelo menos em relação aos funcionários fantasmas nomeados a pedido de parlamentares em troca de sustentação na Casa. As autoridades já têm informações que o caro esquema de blindagem em torno do prefeito teria começado a ser montado logo no primeiro trimestre de 2013, quando toneladas de ração foram compradas pela Secretaria de Agricultura para alimentar porcos que sequer existiam.

 

“Falaram em R$ 10 mil para cada um para evitar a CPI. Isso não é nada. O esquema é muito maior. Quem teria 60 fantasmas recebendo salário o fim do mês não pede R$ 10 mil para trancar uma investigação. O ideal seria afastar todo mundo, fazer uma limpeza na Câmara, pois muita gente pode ter se beneficiado desse esquema de corrupção levantado pela Polícia Federal”, disse ontem uma fonte que transita com facilidade pelos corredores do poder local.

As autoridades já reúnem uma vasta documentação e não será surpresa se forem apresentados nos próximos dias pedidos de afastamento de vereadores pelo Ministério Público. De acordo com a Polícia Federal, as investigações também apontam para o envolvimento de parlamentares em caso de desvios de verba. O que se comenda na cidade é que o Poder Legislativo não tem legitimidade para investigar nada, já que tem se omitido desde que a denuncia da compra de ração para suínos fantasmas e só se manifestou depois que as investigações já estavam bem adiantadas na Policia Federal, Ministério Público federal e estadual e no Tribunal de Contas. 

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