
Vice-prefeito de Magé diz que está arrependido de ter se envolvido em política, mas estaria trabalhando por fora para ser candidato em 2016
“Não sou político, não tenho interesses políticos, estou arrependido de ter me envolvido nisso e tenho vergonha de receber todos os meses sem trabalhar”. Essas palavras são do vice-prefeito de Magé, Claudio Ferreira Rodrigues, o Claudio da Pakera (PMDB) e foram ditas no dia 15 de abril durante um evento promovido pela legenda para discutir uma agenda positiva para o município. Entretanto, o homem que se diz envergonhado de receber subsídios sem trabalhar nunca revelou em público a intenção de renunciar e o Claudio que se diz arrependido de ter entrado para a política é o mesmo que estaria trabalhando por fora do diretório municipal do partido para ser candidato a prefeito em 2016, mesmo que isso custe uma intervenção no PMDB local, que defende a indicação do nome que estiver melhor nas pesquisas.
Empresário do ramo de refrigerantes e proprietário de fazendas no interior de Minas Gerais, Claudio declarou à Justiça Eleitoral em 2012 o total de R$ 7.837.489,70 em bens e a julgar por isso realmente está perdendo tempo como vice-prefeito, já que a “função” é de expectativa e não de exercício efetivo de mandato, pois o vice é o segundo em exercício no cargo do Poder Executivo, é eleito de modo vinculado e é, por determinação da Constituição Federal, o substituto do prefeito em caso de ausência por licença ou outro impedimento.
Aliado do deputado federal Washington Reis, o vice-prefeito se diz amigo do governador Luiz Fernando Pezão e, dizem seus próprios aliados, acha que os dois tem força suficiente para torná-lo candidato a prefeito de Magé no próximo ano. Em 2011, na eleição suplementar, Washington e Pezão, então vice-governador, tentaram impor o nome dele como cabeça de chapa, mas prevaleceu o entendimento de que a maior pesquisa é a das urnas e nessa o atual prefeito, Nestor Vidal, saiu na frente, pois foi o candidato a deputado mais votado no município no ano anterior, história que se repete agora, pois o empresário José Augusto Nalim foi o mais votado no município no pleito de 2014 entre todos os candidatos locais.
Hoje rompido com o governo, Claudio da Pakera participou da administração direta como secretário de Obras e ao deixar o cargo indicou um funcionário de sua empresa e homem de sua inteira confiança, Robson Abreu, para substituí-lo. Robson saiu da secretaria no ano passado e foi substituído por Paulo Henrique Berto. Além dele, quem também quer ser candidato a prefeito pelo PMDB é o ex-vereador de Duque de Caxias, o nono suplente de deputado estadual da legenda, Ricardo Corrêa de Barros, o Ricardo da Karol, o que significa dizer que o partido gigante tornou-se pequeno demais para tanto postulante.