Onde foi parar o dinheiro, prefeito?

Os números mostram que Carlos Augusto deixou saldo e que Sabino arrecadou mais de R$ 1,4 bilhão em 2013 e 2014

Rio das Ostras tem orçamento cinco vezes superior – proporcionalmente falando – aos de cidades oito vezes maiores em população. Receita em 2013 e 2014 representou R$ 11.393,70 por habitante

Várias empresas prestadoras de serviços à administração municipal estão demitindo funcionários por não poderem honrar com os compromissos, pois estão sem receber as faturas, uma vez que a Prefeitura vem deixando de pagar pelos serviços prestados. Algumas delas deverão reduzir seus quadros de funcionários à metade, pois não recebem da Prefeitura desde setembro. O governo justifica o atraso nos pagamentos falando da redução nos repasses dos royalties, mas a queda começou em janeiro deste ano e em 2014 o município teve uma arrecadação histórica: R$ 757 milhões entraram nos cofres da municipalidade. O que se pergunta hoje é onde e em que o prefeito Alcebíades Sabino dos Santos (PSC), investiu os recursos públicos, uma vez que a cidade ficou praticamente sem nada nos últimos dois anos, período em que o município teve uma receita total de R$ 1,445 bilhão (R$ 690 milhões em 2013 e R$ 757 milhões em 2014) e as prestadoras de serviços já acumulavam até três meses sem receber. “Das duas uma: o Sabino perdeu a mão nos dois últimos anos ou ele está escondendo os recursos para gastar em 2016, quando, se a Justiça deixar, estará disputando a reeleição”, diz um aliado que não concorda com os números revelados  pelo prefeito e desmentidos pelos balancetes oficiais.

Conforme o elizeupires.com já noticiou com base nos balancetes do governo, Alcebíades Sabino encontrou nos cofres da Prefeitura R$ 178 milhões ao assumir no dia 1º de janeiro de 2013, no mesmo ano o município arrecadou mais de R$ 690 milhões e R$ 757 milhões em 2014. Foram R$ 1,447 bilhão obtidos dentro de sua própria gestão, que teve mais de R$ 1, 6 bilhão para gastar em dois anos, considerando o saldo herdado da gestão anterior. Somando as receitas de 2013 e 2014 e o universo populacional estimado pelo IBGE, o município teve, nesse período, R$ 11.393,70 por cada um dos seus 127 mil habitantes, um volume de recursos muito superior ao de cidades com número de moradores oito vezes maior.

Para se ter uma ideia do poder financeiro da Prefeitura de Rio das Ostras basta comparar seu orçamento com os de cidades maiores como São Gonçalo e Nova Iguaçu, por exemplo. Enquanto Rio das Ostras teve no ano passado R$ 5.433,07 por morador, São Gonçalo teve apenas R$ 1.447,81 e Nova Iguaçu R$ 1.444,44 por habitante, o que mostra claramente qual é a cidade rica nessa história, evidenciando quem realmente tem motivo para reclamar. Esses números são resultados da divisão do orçamento de 2014 dos dois municípios maiores pelo universo populacional estimado pelo IBGE para o mesmo ano. Em 2014 São Gonçalo – com cerca de um milhão de moradores -, teve uma receita de R$ 1,147 bilhão e Nova Iguaçu, com 900 mil habitantes, arrecadou pouco mais de R$ 1,3 bilhão.

 

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