Um poder caro e supérfluo

Pezão parece não estar nem aí para a crise que gerou um corte de R$ 60 milhões no orçamento do município para este ano

Em plena crise Câmara de Casimiro de Abreu continua onerando cofres públicos com gratificações de 100% para assessores

Onde e em que a Câmara Municipal de Casimiro de Abreu gastou os mais de R$ 7 milhões do seu orçamento para o exercício de 2014, que destino vem sendo dado aos valores repassados mensalmente este ano e por que os gastos da edilidade não são disponibilizados para conhecimento público, como determina a legislação? Essas respostas terão de ser dadas pelo presidente da Casa, Alessandro Macabu Araújo, o Pezão (PSC), que sequer criou um portal para o Legislativo e sempre que questionado sobre o assunto sai pela tangente. Requerimento para que as contas da Câmara sejam abertas para a população será feito na próxima semana junto à 2ª Promotoria de Tutela Coletiva (núcleo de Macaé), pois embora o município esteja passando por uma séria crise financeira – com uma perda de receita estimada em R$ 60 milhões para este ano – Pezão não tomou até agora qualquer providência para reduzir os gastos.

Com cerca de 40 mil habitantes, segundo estimativa do IBGE, Casimiro de Abreu, a nível de proporção, tem uma das câmaras municipais mais caras do estado do Rio de Janeiro, sem que a população perceba qualquer utilidade em seus “representantes”. Cada um dos nove membros da Casa tem direito a três assessores, com salário de cerca de R$ 3 mil, mais uma gratificação de 100%. Somando com isso com os R$ 7 mil de subsídio que recebem por mês, cada parlamentar – fora o auxílio combustível e as diárias as quais tem direito quando saem do município supostamente a serviço – custa R$ 25 mil mensais.

Para algumas lideranças comunitárias, a Legislativo de Casimiro de Abreu é um poder caro e supérfluo, pois não tem mostrado serviço à favor do povo. Os vereadores foram alvo de muitas críticas durante o dia de ontem por conta de um projeto de lei aprovado em primeira discussão na sessão de quarta-feira, através do qual se dão poder para afastar o prefeito a qualquer pretexto, mesmo sem uma comissão processante. O projeto, visto como inconstitucional por quem realmente entende do assunto, seria uma forma de pressionar o prefeito Antonio Marcos Lemos (PSC), pelo fato de ele ter exonerado centenas de ocupantes de cargos comissionados (medida drástica por conta da queda de receita), o que teria afetado interesses de alguns membros da Casa.

 

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Comentários:

  1. Esse Pezão está se achando. Está pensando que é grande mesmo, mas está mais para “Pezinho”. Acho que a carreira política dele acabou por aqui.

  2. Elizeu, essa nossa Câmara é uma piada. Gasta tanto dinheiro e nem patrimônio tem. A sede é alugada. Esse Pezão e o João Medeiros tem muito o que explicar.

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