Vereador é chamado de “garoto de recado” em Nova Iguaçu

Carlos Chambarelli constrangeu seus colegas no plenário da Câmara

Líder do governo “puxou orelha” de colegas que “batem” no prefeito lavando roupa suja em plenário

Autor de um projeto de lei feito sob encomenda do governo, acabando com a eleição direta para diretor de escola, o vereador Carlos Alberto Curi Chambarelli, o Carlão (PSDB), está sendo criticado por seus pares por ter usado a tribuna da Câmara, para dar um “puxão de orelhas” nos membros do bloco de sustentação que, segundo Chambarelli, tem “falado mal” do prefeito Nelson Bornier (PMDB), que não gosta de ser criticado pelos membros da Casa nem questionado por lideranças comunitárias ou cobrado nas ruas por cidadãos insatisfeitos com a situação de seus bairros. Para alguns vereadores Carlão se comportou como “garoto de recado” e mostrou-se servil a Bornier. Carlos afirmou que, como líder do governo, não admite ser chamado a atenção pelo fato de alguns de seus liderados fazerem criticas ao prefeito e aos secretários.

Em fala direta aos vereadores que formam o bloco a base do governo, Carlão disse que quem é agraciado não pode “falar mal”. Também, no entender dos insatisfeitos com a fala do líder do prefeito, foi constrangedor para os membros da Casa ouvir as expressões “carinho” e “todos os benefícios”, dando a entender que os vereadores recebem agrados do governo para votarem a favor das mensagens do prefeito. “Se você está aqui tendo atendimento, carinho e todos os benefícios não pode ser contra. Todo mundo aqui ganhou obra. Um ou outro aqui ainda não ganhou, mas vai receber. O que não posso mais admitir é que me chamem atenção porque alguém está falando mal do governo”, afirmou Carlão, emendando: “Por que a base do governo é governo, ninguém pode falar mal do governo. Ficamos entendidos? Se não está satisfeito, pede para sair. Que isso aqui sirva para todos nós, para mim também”.

Fiel escudeiro do prefeito, Chambarelli ganhou a ira dos professores da rede municipal de ensino, quando, em junho de 2013, apresentou o Projeto de Lei nº 091/2013, que acabou com a eleição direta para diretores das unidades municipais de ensino. O projeto foi aprovado e, numa a ação combinada, no entender dos professores, foi vetado pelo prefeito e o veto foi derrubado pelo plenário da Câmara, como se os vereadores estivessem votando contra o ato do prefeito, mas, na verdade, a derrubada interessava bastante ao governo. “Bornier não queria mais a eleição direta para diretora de escola, mas não teve coragem para assumir isso. Então encomendou o projeto de lei ao seu líder, vetou e orientou a derrubada do próprio veto. Ele se saiu bem na história e a Câmara ficou mal diante da opinião pública”, disse na época ao elizeupires.com um dos vereadores do grupo de sustentação do prefeito.

 

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