Ainda está longe, mas 2016 preocupa “dono” de Saquarema

Em 2008 Paulo Melo fechou o seu centro social depois que sua esposa foi derrotada. Franciane Motta só assumiu a Prefeitura porque a Justiça cassou o registro do candidato que venceu nas urnas

Paulo Melo quer eleger seu braço direito, mas ex-prefeitos se mantém vivos e podem surpreender o homem que em 2008 fechou um centro social por causa da “ingratidão” do povo, depois que sua esposa foi derrotada nas urnas

Um fantasma das eleições de 2008 volta a atormentar o deputado estadual licenciado, secretário de Governo e “dono” do município de Saquarema, Paulo Melo. Naquele ano ele viu sua esposa, hoje prefeita da cidade, ser derrotada nas urnas pelo ex-prefeito Dalton Borges (PRB) e apelou à Justiça para anular votação de Borges e ter Franciane Motta (PMDB), declarada eleita. A meta de Paulo é eleger seu homem de confiança, Hamilton Nunes de Oliveira, o Pitico para suceder Franciane, mas para isso, acreditam seus aliados, é necessário assegurar o apoio de Borges e frear os passos do ex-prefeito Antonio Peres, que apesar de seus problemas com o Tribunal de Contas, já se movimenta para tentar recuperar o poder.  “O deputado pensa que é o senhor da vontade do povo de Saquarema, mas não é bem assim. Espero que ele tenha aprendido a lição de 2008 e calce as sandálias da humildade, pois o Dalton é um grande nome. Eles se reaproximaram, mas é preciso costurar essa aliança com linha de aço, pois se Dalton pender para outro lado a coisa pode se complicar”, analisa um aliado de Melo.

Que Melo vai jogar pesado para tentar eleger Pitico ninguém duvida, só não se sabe por qual legenda Hamilton – que até já foi multado pela Justiça Eleitoral por propaganda antecipada – concorreria, já que o deputado andou fazendo beicinho e ameaçou deixar o PMDB, anda paquerando o PDT e piscando os olhos para o PSDB. “Imagina se Dalton e o Peres (Antonio), resolverem dar as mãos e subirem juntos em um palanque?”, especula o aliado, externando que apesar de ter dito depois da derrota nas urnas para Borges em 2008 que seria impossível uma composição com ele, Paulo Melo acabou se reaproximando do ex-prefeito, mas pelo que se comenta nos meios políticos da cidade, essa reaproximação não seria garantia de nada.

O descontentamento de Melo com o PMDB se deve a derrota nas quedas de braço travadas com Jorge Picciani, primeiro pela presidência da Assembleia Legislativa e depois por uma vaga de conselheiro no Tribunal de Contas. Da primeira o poder de Picciani lhe obrigou a pular fora e na segunda o chega-pra-lá foi dado pela chamada PEC da Bengala aprovada pela Alerj, passando de 70 para 75 anos a aposentadoria compulsória dos conselheiros da Corte de Contas. Paulo Melo pretendia suceder o conselheiro Aluísio Neves que se aposentaria em 2017 e agora ficará até 2022.

 

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