Paulo Melo não é mais “dono” do PMDB na Região dos Lagos

Paulo Melo aparecia sempre em destaque nas fotos, mas agora – como na imagem que registra o discurso do prefeito do Miguel Jeovani (Araruama) na inauguração da divisória metálica das pistas da Via Lagos – fica nos fundos

Há anos ditando as regras nos diretórios do PMDB na Região dos Lagos, o deputado estadual licenciado Paulo Melo já não é mais aquela “Coca-Cola” toda. Tendo caído em desgraça quando tentou peitar o presidente estadual do partido na eleição da mesa diretora da Assembleia Legislativa, ganhou de consolo o cargo de secretário de Governo, mas está longe de ser o coordenador político do governador Luiz Fernando Pezão que sonhava ser. Melo pensou que mandaria no palácio e expandiria sua força política atendendo prefeitos do interior e deputados que lá batem em busca de cargos. “Paulo Melo é o secretário de Governo, mas o Picciani é o governador”, ironiza um parlamentar que conseguiu indicar o diretor de um posto do Detran que antes era visto como propriedade de um apadrinhado do hoje secretário.

A perda de força de Paulo Melo está pondo em risco, por exemplo, o futuro político de um grande aliado, o ex-prefeito de Araruama André Mônica. É que o controle do diretório local do PMDB está sendo oferecido ao prefeito Miguel Jeovani (PR), que, a exemplo dos parlamentares eleitos pelo Partido da República, já não reza mais pela cartilha do ex-governador Anthony Garotinho. Miguel é casado com a deputada Márcia Jeovani, classificado como inimigo político por Paulo Melo, mas aliado do presidente da Alerj, Jorge Picciani e do governador. De acordo com uma fonte ligado ao comando estadual do PMDB, o único diretório municipal que o secretário de Governo ainda controla é o de Saquarema. “Mas esse controle pode mudar de mãos depois das eleições de 2016, dependendo do resultado das urnas”, disse a fonte.

Em Saquarema Paulo Melo quer eleger seu braço direito, Hamilton Nunes de Oliveira, o Pitico, mas vai precisar abrir os olhos com o ex-prefeito Antonio Peres, que costura uma forte aliança para disputar a Prefeitura. Em 2008, mesmo com todo o poder de fogo que tinha à época, Melo foi derrotado no voto por outro ex-prefeito, Dalton Borges, que venceu a esposa do deputado, Franciane Motta. Paulo só conseguiu por Franciane na Prefeitura vencendo o jogo no tapetão, tendo recorrido à Justiça para anular a votação conferida a Borges.

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