Caixa-preta esconde os segredos da previdência de Meriti

A Prefeitura de Meriti está mergulhada numa crise financeiro-administrativa e ninguém no governo parece se entender

Instituto não tem como manter pagamento de benefícios

Responsável pelos proventos de cerca de 1.600 servidores aposentados e pensionistas, o Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de São João de Meriti (Meriti-Previ) – que chegou a ter seu Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP) cancelado pelo Ministério da Previdência Social – é uma imensa caixa de segredos que precisa ser aberta para que a contabilidade mostre a realidade financeira do órgão que foi criado para garantir o futuro dos funcionários da municipalidade. Esse é o pensamento de lideranças dos servidores ativos e representantes dos inativos, preocupados com a situação que descortina uma triste realidade só não admitida pelo prefeito Sandro Matos e pela diretoria do instituto: o Meriti-Previ está quebrado e só não se sabe em quanto, uma vez que as estimativas falam de um rombo de cerca de R$ 500 milhões e os gestores da falida previdência municipal fazem silêncio sobre o assunto.

O governo admite “alguns problemas” e diz que está sendo obrigado a repassar cerca de R$ 4,3 milhões todos os meses para garantir o pagamento dos benefícios, que   vem sofrendo atrasos desde maio do ano passado. A atual gestão culpa as anteriores por um período de 15 anos de falta de repasses regulares das contribuições, mas esquece que o prefeito de hoje está no cargo desde janeiro de 2009 e, assim sendo, pode ser responsabilizado por pelo menos seis anos desse calote.

Os servidores reclamam que não veem as contas do seu órgão previdenciário e dizem que não há nada que comprove os valores repassados e qual o tamanho real do rombo, uma vez que nada é divulgado. Em setembro do ano passado a direção do Meriti-Previ, diante de uma situação de três meses de pagamento atrasado, afirmou que havia R$ 9 milhões em caixa. Disse, mas não provou, pois os atrasos foram verificados ainda nos três meses seguintes: outubro, novembro e dezembro.

O  aposentados e pensionistas também não receberam o décimo terceiro, que deveria ter sido pago, por determinação legal, até o dia 20 de dezembro. A previsão é de que o abono saia na próxima terça-feira, mas ontem o vice-presidente do instituto, Rafael do Val, informou a representantes dos servidores que iria tentar fazer o pagamento nessa sexta-feira. Até ontem só havia recebido o ano os servidores ativos da Educação, pagamento feito na tarde de terça-feira.

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.