
Quem sai reclama de má gestão e da falta de condições de trabalho
“O prefeito parece ser um cara legal, mas não manda nada e deixa alguns secretários fazerem o que bem entendem. Não dá para trabalhar numa cidade assim”. Esse parece ser o pensamento comum entre servidores municipais de Guapimirim, principalmente no setor de Saúde, cujas contas estão sendo devassadas pelo Ministério Público por causa de denúncias de supostas irregularidades. Algumas delas já resultaram em ação civil pública contra o ex-secretário de Saúde, Eliel Ramos e o prefeito Marcos Aurélio Dias, que só não foi afastado do cargo porque a Justiça rejeitou o pedido apresentado pelo MP.
No dia 31 de julho a Secretaria de Administração divulgou o 11º edital de convocação dos candidatos aprovados no último concurso, o quinto para chamar classificados em substituição a desistentes e a profissionais que pediram demissão. Nessa última convocação foram chamados 41 candidatos para as funções de advogado, agente defesa civil, arquiteto, auxiliar secretaria, bibliotecário, biólogo, engenheiro civil, fiscal ambiental, fiscal de obras, postura e tributário, guarda ambiental e municipal, médico, veterinário, nutricionista, odontólogo, orientador pedagógico, psicólogo, professor e supervisor educacional, mas não está sendo nada fácil segurar os profissionais.
“O que fizeram na Saúde é algo terrível. As unidades de atendimento eram para estar uma maravilha, pois os recursos chegam mensalmente e são suficientes para cobrir as despesas, já que se trata de uma cidade relativamente pequena. Não há clareza sobre a aplicação desses recursos e o prefeito parece não saber de nada. Existe um grupo que veda os olhos do dele, afastando quem sabe das coisas e gostaria de ajudar. Ele só ouve essas pessoas e é por isso que está indo para o buraco, respondendo judicialmente por coisas que talvez ele nem saiba que aconteceram . Escolheu mal alguns de seus colaboradores e está pagando alto preço por isso”, disse um profissional da rede.
Se na Saúde as contas estão bagunçadas e ninguém parece saber o que de fato aconteceu, há denúncias de complicações também em outros setores, principalmente em relação a aplicação de recursos federais. “Se eu fosse o prefeito faria uma tomada de contas interna, levantaria a situação de cada secretaria e enquadrava quem tivesse metido os pés pelas mãos. Ele precisa tomar providências antes que seja tarde demais”, completa um aliado preocupado com o futuro de Marcos Aurélio Dias.
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