Prefeitura gasta mais de R$ 4,5 milhões em seis meses de serviço ruim

A Câmara de Vereadores de Valença vai analisar essa semana requerimento de formação de uma comissão de inquérito para investigar o contrato firmado pela Prefeitura, sem licitação, com a empresa Própria Comércio e Serviços para recolher o lixo da cidade. No total de R$ 4.511.906,46, o contrato tem a validade de apenas seis meses, conferindo ao município o serviço de limpeza mais caro do estado, se levado em conta o fato de um município ter pouco mais de 72 mil habitantes. O pedido de CPI foi protocolado pelo cidadão Francisco Silva Doudement, que apresentou denúncia ao Ministério Público, o que já resultou numa ação popular.

Para o vereador Sílvio Graça, a investigação pela Câmara se faz necessária para esclarecer pontos obscuros verificados no contrato. Silvio comparou o contrato atual com os anteriores e concluiu tratar-se mesmo de um absurdo. De todos os membros Casa que se pronunciaram sobre o assunto o único a tentou contemporizar as coisas foi o vereador Marcelo Moreira de Oliveira, posicionando-se como se estivesse duvidando dos documentos apresentados pelo autor da denúncia.

Os vereadores vão buscar esclarecer, por exemplo, porque o prefeito Álvaro optou por fazer o contrato emergencial com a Própria, mais que dobrando os gastos com o serviço, quando, legalmente, poderia ter mantido a empresa Felix e Marcondes Terraplanagem (contratada em dezembro de 2012 por R$ 143.056,55 ao mês) até o dia 31 de março, ganhando tempo suficiente para realizar o processo licitatório.

Conforme o elizeupires.com já revelou, a Prefeitura de Valença pagou nesse contrato seis parcelas de R$ 751.984,41 e se o prefeito decidir manter essa mesma empresa, terá comprometido mais de R$ 9 milhões com o serviço só este ano. O valor do contrato semestral feito pela Prefeitura de Valença é 30% a maior do que o total gasto, por exemplo, pela Prefeitura de Magé em um ano com o mesmo serviço.

Matéria relacionada:

Coleta de lixo sob suspeita em Valença