Craques do urbanismo vão reestruturar 21 municípios

Jaime Lerner vai comandar a transformação

Além da capital o plano inclui Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica, Tanguá, Itaguaí, Rio Bonito e Cachoeiras de Macacu

A cargo do escritório do consultor das Nações Unidas para assuntos de urbanismo, o arquiteto e urbanista Jaime Lerner, o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana vai definir ações estruturantes de mobilidade e saneamento para os 21 municípios que formam a mesorregião. Essas cidades terão os projetos elaborados ainda pela Quanta Consultoria e a Barcelona Regional Urban Development Agency, que foi responsável pela revitalização da cidade espanhola. A parir deste mês uma autarquia do governo estadual passará decidir assuntos de interesse dos municípios, ajudando as prefeituras do Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica, Tanguá, Itaguaí, Rio Bonito e Cachoeiras de Macacu a formatarem seus planos diretores. Para o governador Luiz Fernando Pezão a Baixada Fluminense está vivendo um momento histórico.

“Vamos ouvir as 21 cidades e elaborar um planejamento estratégico para a Região Metropolitana, uma base de dados para os municípios realizarem seus planos diretores. As prefeituras terão o que há de mais moderno no mundo nessa área e isso vai ajudar a atrair mais empresas, criar moradias dignas, evitar a ocupação desordenada no entorno do Arco Metropolitano. O plano já está sendo elaborado e todos os recursos estão garantidos. Vamos discutir o que queremos para essa região e, até o final de 2016, entregar todos esses projetos. A ideia é ouvir, além das prefeituras, a sociedade, as instituições que pensam o Rio de Janeiro. Nossas prioridades são saneamento básico, despoluição da Baía de Guanabara, licitação dos ônibus intermunicipais, mobilidade urbana e saúde”, disse o governador.

O plano estratégico vai custar US$ 3 milhões e está sendo custeado pelo Banco Mundial. “Esta é a primeira vez que o Rio de Janeiro recebe um plano estratégico desse tipo. Agora, os municípios terão voz e poder. Passaremos a ter uma gestão compartilhada e as cidades envolvidas participarão compulsoriamente. Acredito que, com isso, conseguiremos resolver grande parte das carências de serviços dessa região e facilitar a implementação de políticas públicas para a população”, afirmou o secretário da Casa Civil, Leonardo Espíndola.

Ao todo 25 consórcios formados por 34 empresas participaram da concorrência internacional, que foi aberta em agosto do ano passado, após a criação da Câmara Metropolitana de Integração Governamental, instituída para promover a integração de políticas urbanas desenvolvidas pelo estado e pelos municípios da região. “Tenho orgulho de iniciar um trabalho que representa, pra mim, um encontro marcado que tenho com o Rio há muitos anos. No Brasil, existem muitos planos que não saem do papel, mas o Rio está montando uma estrutura muito sólida, de maneira que será possível dar continuidade a isso. Será a implantação de um processo de planejamento bem fundamentado e isso trará um benefício extraordinário para a população”, externou Jaime Lerner, cuja empresa encabeça o consórcio formado pela Quanta Consultoria e a Barcelona Regional.

Morador de Nova Iguaçu, o diretor-executivo da Câmara Metropolitana, Vicente Loureiro, afirma que as áreas estratégicas de execução do plano vão envolver aspectos de mobilidade, saneamento, o uso do solo e comunicação. “O plano nos dará uma visão de futuro, definindo prioridades e soluções para os grandes gargalos da população. Dessa forma, conseguiremos tratar de assuntos de interesse comum de modo compartilhado. Isso vai permitir que tenhamos uma metrópole mais equilibrada, retomando a governança e o planejamento do estado”, concluiu Vicente.