Guapimirim pensa que investir em turismo é gastar recursos públicos com aluguel de tendas, palcos e banheiros químicos

O projeto de turismo ecológico mais conhecido não tem nenhuma ajuda da administração municipal

Entre janeiro de 2013 e 31 de julho deste ano a Secretaria de Turismo de Guapimirim teve uma despesa total de R$ 6,8 milhões e não há nenhuma informação sobre onde, em que e para que fora gasto esse dinheiro, uma vez que a contabilidade parece trancada numa espécie de caixa-preta, a qual a Prefeitura não abre de jeito algum. Como nenhum projeto visando a incrementação do setor no município – que tem um grande potencial para o turismo ecológico – saiu do papel nesse período, pode se dizer que a única atuação da secretaria está na organização das festas em comemoração do aniversário da cidade e na promoção do carnaval oficial, eventos que parecem agradar mais as empresas locadoras de tendas, banheiros químicos e palcos para shows, que ao povo propriamente.

Recentemente membros da Câmara de Vereadores foram alertados sobre supostas irregularidades na locação de banheiros químicos para o carnaval de 2014 e o deste ano, mas até agora não foi dado um passo sequer no sentido de buscar esclarecer os fatos, já que a Prefeitura não disponibiliza de forma clara informações sobre essas despesas. A administração municipal não explica, por exemplo, como consumiu R$ 3.210.376,00 de uma dotação orçamentária de R$ 3.559.162,38 empenhada para o exercício do ano passado e os R$ 3.040.102,37 gastos em 2013, muito menos o total de R$ 1.568.069,74 gasto até o dia 31 de julho. 

Guapimirim é classificado como um pedaço do paraíso, privilegiado com três rios limpos e 140 mil metros quadrados de natureza preservada, mas faltam projetos para que essa beleza toda passe a por mesa em termos de geração de receita, pois o governo municipal nada investe nesse sentido. O projeto de turismo mais conhecido não conta com participação da administração municipal: é o que aproveita as águas dos rios Caceribu, Guapimirim e Guaraí e para passeios turísticos. Se a Prefeitura participasse de forma ativa, o projeto poderia ser ampliado, passando a gerar renda para os barqueiros locais. Atualmente só 12 pequenas embarcações exploram o serviço, pois poucos deles receberam treinamento em ecoturismo, conhecimento necessário para que o Instituto Chico Mendes – órgão que administra a área de preservação ambiental – libere os barqueiros para prestarem o serviço. 

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