Prefeito de Guapimirim mantém no cargo secretário acusado de usar atestado falso para não ir à audiência na Justiça

O documento diz que o atestado médico apresentado à Justiça pelo secretário Marlon Vivas é falso. O MP vai investigar

O secretário de Turismo de Guapimirim, Marlon Vivas, teria dado uma de valente ao agredir um membro de uma agremiação carnavalesca depois de uma noite de desfile no carnaval de 2014, mas na hora de se explicar na Justiça, segundo assegura um médico da rede municipal de Saúde, apresentou um atestado falso para justificar sua falta à audiência marcada pelo Juizado Especial Criminal, onde o processo sobre a suposta agressão está tramitando. Mesmo sabendo do fato o prefeito Marcos Aurélio Dias não tomou nenhuma providência, mantendo no cargo um gestor que administra recursos de uma pasta que entre janeiro de 2013 e 31 de julho deste ano gastou mais de R$ 8 milhões com festas e locação de tendas, palcos, sistema de som e banheiros químicos. O que aparentemente estaria sendo visto por membros do governo como mero expediente para deixar de atender uma intimação do Poder Judiciário, é muito mais grave: envolve denúncia de uso de documento falso por parte de um gestor municipal, um agente que assina processos administrativos que importam no gasto do dinheiro público.

O uso do atestado apresentado à Justiça teria passado despercebido se médico Miguel Callil Issa não fizesse uma declaração em cartório e a entregasse à Justiça, afirmando que o atestado, embora estivesse como sendo assinado por ele, não é de sua responsabilidade. De acordo com a declaração – registrada no dia 10 de setembro -, Calil não consultou Marlon Vivas. Segundo o atestado médico o secretário teria sido examinado por Miguel no dia 30 de julho, mas no livro que registra os atendimentos prestados na unidade onde Calil está lotado não consta que Marlon tivesse sido medicado ali naquela data. Vivas, entretanto, confirma que teve um problema de saúde e diz que uma perícia no atestado vai comprovar que a assinatura é mesmo do médico Miiguel Callil.

O caso foi veiculado ontem pelo site redetvwebmais, mas até o fechamento dessa matéria o prefeito não havia tomado qualquer posição. A revelação do uso de atestado médico falso deixou alguns profissionais da rede municipal de saúde preocupados quanto a possibilidade de alguém estar usando papeis timbrados e nome de médicos para cometer esse tipo de crime. O atestado foi encaminhado ao Ministério Público para que sua emissão seja investigada, para que os responsáveis possam responder pelo ato na Justiça.

 

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