Um peso, duas medidas em Tanguá

O prefeito Valber Luiz é cobrado pela falta de transparência na contratação de pessoal através da Coopsege

Servidores questionam gastos com pessoal via cooperativa

 “Um peso, duas medidas”. A expressão socrática que significa condutas diferentes diante de situações iguais, está sendo usada por servidores efetivos do município de Tanguá em  questionamento aos atos do prefeito Valber Luiz Marcelo de Carvalho em relação a contratação de pessoal através da Coopsege – Cooperativa de Profissionais de Serviços Gerais. A instituição tem um contrato firmado com o valor inicial de R$ 3,6 milhões para fornecer mão de obra a vários setores da administração municipal, mas já teria recebido quase três vezes isso e os gastos continuam aumentando. De acordo com alguns servidores, a Prefeitura estaria pagando à cooperativa mais que o dobro do que um servidor recebe e não informa ao certo quantos contratados estão atuando no município. Os funcionários efetivos querem que o prefeito abra a caixa-preta da terceirização de mão de obra e mostre as funções exercidas e quanto cada contratado recebe no final do mês.

“Esse contrato é muito esquisito. Foram feitos empenhos suplementares em favor da Coopsege no total de mais de R$ 1,9 milhão, mas a gente não sabe quem é quem, qual o universo contratado, quantos estão realmente trabalhando e em quais setores atuam. A gente tem informação de que um terceirizado que ganha em torno de R$ 900 por mês estaria custando ao município cerca de R$ 2 mil. Essas contas precisam ser mais transparentes, pois não é justo que o município gaste mais com um terceirizado do que com um servidor efetivo. Gostaríamos que o Ministério Público fizesse aqui o mesmo que fez em Guapimirim, que investigasse o contrato e checasse os números para estancar possíveis irregularidades”, diz um representante da categoria lotada no setor de Educação.

A cooperativa atua no município desde 2013, através do contrato 057/2013, que recebeu sucessivos termos aditivos que prorrogam a validade e ampliam os valores a serem pagos, sem revelarem o número de contratados. Ao emitir uma nota de empenho complementar no total de R$ 696.611,80, a Prefeitura justificou a despesa com muitas palavras e nenhuma informação concreta: “Prestação de serviços diversos em complementação às atividades administrativas por intermédio da aplicação de serviços auxiliares”. Falou muito, mas não disse coisa alguma.

 

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