
Pré-candidatos a vereador pelo PSDB podem mudar de legenda se candidatura a prefeito for imposta pelo diretório regional
Nas eleições de 2012 o PSDB somou 10.022 votos nominais para vereador e conseguiu duas cadeiras na Câmara de Magé, elegendo Carlos da Silva Ferreira, o Carlinhos da Ambulância e Valdemiro da Silva Ferreira, o Miro Amorim. Em 2016, entretanto, toda a nominata poderá ter ido parar em outras legendas, caso o partido, por intervenção do diretório estadual, decida lançar um nome de fora da cidade para disputar a Prefeitura. O grupo não viu com bons olhos a chegada de Bruno Lopes de Almeida ao município. Ele surgiu se apresentando como Bruno do Posto, embora não seja dono de nenhum posto de gasolina, não trabalhe em posto de saúde e não tenha qualquer ligação com a família do ex-prefeito Nelson da Costa Mello, o Nelson do Posto, de quem alega ser “afilhado político”. Bruno – que diz ser empresário dos setores de administração e consultoria – foi candidato pelo PV a vereador na capital fluminense em 2012, não declarou nenhum bem a Justiça Eleitoral e teve apenas 369 votos. Os suplentes Leandro de Oliveira Siqueira, o Leandro Jogador (1.048 votos) e Gustavo Meireles (916) foram os primeiros tucanos a cair fora. Filiaram-se ao PT, partido que poderá receber outros nomes do PSDB.
Se em Magé Bruno se apresenta como “do Posto”, em Japeri ele chegou dizendo-se gestor público e se apresentou como ex-secretário de Integração Governamental dos municípios de Guapimirim e Resende, onde essas pastas nunca existiram e secretário de Esportes e Lazer em Magé, cidade onde ninguém diz se lembrar de tê-lo visto atuando por lá. Em junho ele foi nomeado secretário de Indústria e Comércio pelo prefeito Ivaldo Barbosa, o Timor, mas teve tempo apenas para uma foto ao lado do prefeito e um curto discurso: “Eu gosto de desafios, pois ninguém faz nada sozinho. Japeri é uma cidade estratégica e vou brigar para trazer benefícios em diversas áreas para a cidade”. Foi demitido dias depois.
Além da eleição para vereador do Rio em 2012, Bruno Lopes de Almeida disputou uma cadeira de deputado federal pelo PSC em 2006, somando 7.305 votos, bem menos que os 10 mil que teria prometido conseguir com sua “grande liderança” na capital do estado para Renata da Costa Mello, a Renata do Posto (sobrinha de Nelson), que naquele ano foi eleita deputada estadual pelo PAN, com 28.124 votos. Entretanto, embora essa dobradinha com Renata tenha realmente acontecido, ninguém da família do Posto se lembra de Bruno, assim como desconhece qualquer acordo de apoio a uma candidatura dele à Prefeitura de Magé.