Cinco dias após saída de vice, Câmara de Magé pode afastar prefeito

Vereadores devem votar nessa terça-feira abertura de comissões de inquérito e possivelmente um afastamento cautelar

A sessão da Câmara de Vereadores de Magé marcada para essa terça-feira pode ser uma das mais quentes da história da Casa. É que depois de um “retiro” no fim de semana os vereadores retornam já com os votos praticamente contados para deliberarem sobre a formação de uma ou mais comissões de inquérito contra a administração do prefeito Nestor Vidal. Isso vai acontecer cinco dias após a renúncia do vice-prefeito Claudio Ferreira Rodrigues, o Claudio da Pakera, ocorrida na última quinta-feira.

Dependendo da decisão do plenário a cidade de Magé poderá estar sendo exposta à situação semelhante a verificada no município de Seropédica, onde desde julho, o presidente da Câmara, Wagner Vinícius de Oliveira, conhecido como Waguinho do Emiliano (PRB), vem tentando assumir a Prefeitura e já conseguiu sentar na cadeira duas vezes. Na primeira – por cassação do prefeito Alcir Martinazzo – ele ficou uma semana no poder e na segunda apenas 24 horas, pois o plenário havia decidido pelo afastamento temporário em um segundo processo, o que foi considerado ilegal pela Justiça, que, nas palavras do juiz Alex Quaresma Ravache, da 1ª Vara da Comarca local, afirmou: “A norma que disciplina o julgamento de infrações político-administrativas dos prefeitos municipais, a ser realizado pela Câmara de Vereadores, não prevê o referido afastamento cautelar. De fato, a referida medida cautelar somente pode ocorrer em processos criminais, por decisão do juízo competente”.

Com a renúncia do vice-prefeito, em caso de qualquer impedimento de Nestor Vidal, quem assume a Prefeitura é o atual presidente da Câmara, Rafael Santos de Souza, o Rafael Tubarão (PPS). Em Seropédica Waguinho passou a ser o primeiro na linha de sucessão porque o vice-prefeito, Zealdo Amaral, faleceu em setembro de 2014, tendo infartado em plena campanha para deputado estadual.

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