Guapimirim aposta em moeda social para crescer

Marcos Aurélio planeja copiar o ‘capivari’, moeda que não deu certo em Silva Jardim

Mas proposta original não deu certo em Silva Jardim

O prefeito de Guapimirim, Marcos Aurélio Dias, está prestes a tirar da cartola uma “solução mágica” para o desenvolvimento econômico da cidade, uma moeda social que também serviria como complemento de renda. A ideia é cópia do modelo implantado em 2010 no município de Silva Jardim, no interior do estado, que criou um banco comunitário e instituiu o “capivari” como moeda, “dinheiro” que não acrescentou nada à economia local e saiu de circulação no primeiro semestre de 2012, sem que até hoje se saiba o destino dado aos capivaris que não chegaram circular. O anúncio da criação da moeda em Guapimirim seria feito no dia 4 de dezembro em uma audiência pública que acabou adiada e ainda não tem data certa para acontecer.

No caso de Silva Jardim a moeda deu prejuízo aos cofres públicos, pois a Prefeitura contratou pessoas para trabalharem no banco comunitário, teve gasto com publicidade e com aluguel da sede do banco comunitário, que trocava capivaris por reais e fazia pequenos empréstimos. Uma auditoria não apontou nenhuma situação de inadimplência, mas a maior parte das despesas era quitada pela municipalidade, que também garantiu um lastro de R$ 300 mil para que o capivari pudesse valer dinheiro. Além disso, para fazer a moeda social circular, o então prefeito, Marcelo Cabreira Xavier, o Marcelo Zelão, pressionava os secretários municipais a trocarem por capivari, todos os meses, parte do salário recebido, valor que não poderia ser inferior a R$ 500.

Financiada com recursos públicos, a moeda social de Silva Jardim tinha o mesmo valor monetário do real e a Prefeitura incentivava o comercio local a oferecer desconto de até 20% em algumas mercadorias. Para Guapimirim, além de por em circulação um dinheiro próprio também garantido pela receita do município, a proposta visaria a implantação de um programa de complementação de renda, um cartão como o Bolsa Família, gerando uma despesa a mais para o município, embora não exista uma fonte de custeio assegurada.

A ideia de Silva Jardim também foi copiada pela Prefeitura de Maricá, mas modificada. O município – que tem uma realidade financeira muito diferente da de Guapimirim – criou a “mumbuca eletrônica”, que é bancada pela arrecadação municipal. Cada família inscrita no “Bolsa Mumbuca”, o Bolsa Família local, recebe um crédito de 70 mumbucas (o equivalente a R$ 70) em cartão de débito que são aceitos apenas em alguns estabelecimentos locais.

Comentários:

  1. Sou maricaense e aqui a moeda MUMBUCA não só deu muito certo,como tbm movimenta a economia do município e complementa a renda das famílias. Na pandemia, foi a principal renda e garantiu que a população não perecesse.

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