Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Campos, Macaé, Quissamã e Rio das Ostras, perderam mais de 50% das verbas constitucionais, enquanto as duas cidades governadas pelo PT tiverem aumento em todos os itens

O prefeito de Cabo Frio, Alair Corrêa (PP), está contando centavos para pagar as contas. No ano passado os repasses federais obrigatórios que entraram nos cofres da Prefeitura somaram R$ 289.173.555,36, exatamente R$ 197.384.375,58 a menos que o total verificado em 2014, um verdadeiro desastre para a cidade, que segundo o IBGE tem cerca de 210 mil habitantes. Com menos de 150 mil moradores, o município de Maricá, além dos royalties do petróleo, teve os repasses constitucionais aumentados, recebendo R$ 347.584.706,77 em 2015, R$ 35 milhões a mais que a soma de todas as transferências feitas ao município pelo governo federal em 2014, quando a cidade governada pelo petista Washington Luiz Cardoso Siqueira, o Quaquá ganhou R$ 312.394.456,40. Se a União não explica como a distribuição de recursos vem sendo feita, privilegiando cidades com prefeitos eleitos pelo PT, observadores mais atentos apontam a possível causa: Maricá abriga sob suas ricas asas petistas do primeiro time e abriu as portas para uma filha e uma neta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Lurian Cordeiro e Maria Beatriz da Silva.

De todas as 92 prefeituras fluminenses só duas não sofreram perdas em se tratando de repasses federais e, coincidentemente, as duas consideradas como jóias da coroa petista no estado do Rio de Janeiro, Maricá e Niterói. A cidade de Arariboia e de Rodrigo Neves, por exemplo, vem tendo os repasses federais aumentados desde janeiro de 2013, mês em que Neves assumiu a Prefeitura. Naquele ano Niterói obteve R$ 378.919.218,37 e em 2014 o volume de repasses aumentou assustadoramente, cerca de R$ 113 milhões a mais. No ano passado Neves só não recebeu mais dinheiro que em 2014 porque firmou menos convênios, mas mesmo assim os repasses obrigatórios foram significativamente ampliados, com a sua Prefeitura recebendo R$ 480.613.349,75, incluindo nessa conta R$ 18 milhões a mais de royalties, pois em 2014 havia registrado um repasse da Petrobras no valor de R$ 210.829.419,25 e recebeu de royalties R$ 228.283.982,36 em 2015.

Para constatar o tamanho da desigualdade no tratamento dispensado pelo governo federal aos municípios fluminenses basta dar uma conferida nos números dos repasses obrigatórios feitos nos dois últimos anos para as prefeituras de Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Campos, Macaé, Rio das Ostras e Quissamã, confrontando-os com valores repassados a Maricá: Cabo Frio – R$ 486.557.930,94 em 2014 e R$ 289.173.555,36 em 2015; Campos – R$ 1.618.322.876,22 em 2014 e R$ 958.983.679,47 em 2015; Casimiro de Abreu – R$ 157.388.851,80 em 2014 e R$ 82.251.718,13 em 2015; Macaé – R$ 695.938.572,61 em 2014 e R$ 461.629.304,27 em 2015; Rio das Ostras – R$ 399.683.696,16 em 2014 e R$ 207.464.989,12 em 2015; Quissamã – R$ 122.196.634,20 em 2014 e R$ 76.525.110,97 no ano passado.

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