Dias de incerteza para os servidores de Guapimirim

Os servidores reprovam a gestão do prefeito Marcos Aurélio

Salário de dezembro não foi pago a todos e professores podem não entrar em sala de aulas se pagamento da Educação não sair no quinto dia útil do mês subseqüente ao vencido

Considerados “privilegiados”, por serem sempre os primeiros a receber o salário por conta dos repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), os profissionais de ensino de Guapimirim estão temendo pelo futuro. O mês de dezembro foi pago na última sexta-feira com sete dias de atraso, mesmo assim o dinheiro não saiu para todos: ocupantes de cargos de coordenadoria e acima disso ficaram com a conta bancária zerada e não há nenhuma informação oficial sobre uma data para que esses funcionários recebam. Se na Educação está ruim, nos demais setores ficou pior: só recebeu o mês de dezembro quem ganha até R$ 1.850,00.

 

Na Prefeitura ninguém fala sobre o assunto e o prefeito há uma semana não aparece para dar uma explicação. O argumento é a crise financeira e a alegação de que em outras cidades estão ainda pior. Na cidade vizinha, apesar de em valores a queda nos repasses obrigatórios feitos pelo governo federal tenham sido maior que de Guapimirim, as contas estão em dia e a previsão é de que os salários de janeiro serão pagos até o dia 5 de fevereiro. De acordo com o informações do sistema do Governo federal, Guapimirim recebeu em 2015 R$ 23.685.338,36 a menos que o total repassado em 2014 e em Magé a queda foi de R$ 38.026.984,36.

Tanto quanto os servidores, os fornecedores e prestadores de serviços também temem pelo futuro. Alguns estão há seis meses sem receber e os atrasos nos pagamentos chegou a afetar o fornecimento de merenda no ano passado, situação que pode se repetir nos primeiros dias do ano letivo, já que a Prefeitura não fala sobre pagamento e sequer admite as dívidas. “Nós sabemos que os repasses do Fundeb e o dinheiro que o governo federal repassa para a merenda escolar nunca sofrem atraso. Então não podemos aceitar que nossos salários atrasem, que falte merenda para os alunos e material de trabalho, pois tudo isso é custeado, em mais de 80% com repasses federais. Se não tivermos garantias de que o salário de janeiro vá ser quitado até o quinto dia útil de fevereiro nós não entraremos em sala de aula”, informa uma professora.

 

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