
Contratos firmados nas gestões Rozan e Dinho estão sendo devassados
Os contratos com as empresas FFM Terra e JM Terra, denunciados em novembro de 2010 por Yacemir de Oliveira Fernandes, o Branco, que acabou assassinado 40 dias após ter feito revelações ao Ministério Público sobre possíveis fraudes em processos licitatórios na Prefeitura de Magé, não são os únicos da gestão anterior sob investigação. Dias após a operação Terra Prometida, na qual o ex-prefeito Rozan Gomes foi preso, representantes de algumas empresas que venceram licitações entre 2008 e 2011 para diversos tipos de fornecimento e realização de obras começaram a ser intimados. Na terça-feira, por exemplo, agentes estiveram na Câmara de Vereadores perguntando por dois membros da Casa e foram recebidos por um terceiro, já que os dois não se encontravam. Ainda não há maiores informações sobre a visita dos agentes, mas um dos objetivos das investigações que estão tendo continuidade seria esclarecer se vereadores ou ex-integrantes do Legislativo teriam algum tipo de envolvimento com empresas contratadas pela Prefeitura.
Entre os contratos sob investigação estão um para a construção de um ginásio poliesportivo, fornecimento de gêneros alimentícios, medicamentos e água mineral. Ontem surgiram informações de que também foram retomadas as investigações sobre o assassinato de Yacemir. Ele foi executado com um tiro de fuzil na noite de 29 de dezembro de 2010, quando chegava em casa, no bairro São Cristóvão, na Zona Norte do Rio. Ele era considerado peça-chave de um inquérito aberto em novembro daquele ano pelo Ministério Público para apurar a contratação da empresa FFM Terra (que ganhou uma licitação no valor de mais de R$ 22 milhões para locar máquinas e caminhões para a Prefeitura por um período de um ano), além de um pagamento de mais de R$ 900 mil feito a JM Terra supostamente por uma obra que teria sido executada pela própria Prefeitura. Quando prestou depoimento, 40 dias antes de sua execução, Yacemir ouviu da promotoria o oferecimento do serviço de proteção a testemunha, mas não aceitou nenhum apoio nesse sentido.
O que também está recebendo atenção mais de seis anos depois de ocorrido, é o licenciamento do ex-prefeito Rozan Gomes. Ele assumiu a Prefeitura em setembro de 2009 e depois se afastou para que o então presidente da Câmara, Anderson Cozzolino, o Dinho, assumisse o governo, interinidade que acabou quando uma eleição suplementar foi realizada em julho de 2011. As autoridades querem saber se Rozan (preso na operação Terra Prometida), teria sofrido pressão para deixar a cadeira livre para Dinho sentar.