Desinformação ou má-fé?

A delegada Patrícia Alemany, o delegado Flávio Porto e o promotor João Luiz Ferreira de Azevedo Filho deram entrevista logo após a operação e em nenhum momento citaram o município de Casimiro de Abreu

Oposição usa informação equivocada como verdade absoluta para criar tumulto em Casimiro de Abreu e beneficiar ex-prefeito

Uma informação fora do contexto do fato em notícia produzida pela emissora afiliada da Rede Globo na Região dos Lagos está sendo usada na Câmara de Vereadores de Casimiro de Abreu para criar tumulto e supostamente ajudar o ex-prefeito Paulo Dames que, apesar dos problemas com a Justiça e de estar pendurado na Dívida Ativa por ter sido condenado em vários processos analisados pelo Tribunal de Contas do Estado a devolver o total de mais de R$ 5 milhões aos cofres da municipalidade, quer voltar a governar a cidade. Em pronunciamento em plenário o vereador João Medeiros fez vários ataques a atual gestão como se o fato tivesse sido consumado em Casimiro de Abreu, embora saiba que nenhuma das empresas mencionadas no noticiário sobre a Operação Cerro – realizada na semana passada em Teresópolis pela Polícia Civil e o Ministério Público – tem contrato para prestação de serviços ou fornecimentos com a Prefeitura local.

No noticiário foi veiculado um áudio no qual uma enfermeira supostamente ligada ao esquema de corrupção descoberto pelo MP respondia a um dos presos na operação o quanto poderia ser oferecido de comissão em Casimiro de Abreu. A divulgação pegou o governo de surpresa, pois nenhuma das empresas sob investigação atua no município. Sobre isso a Prefeitura divulgou uma nota de repúdio ao que classificou como “incitação do envolvimento do município num esquema de corrupção”.  O noticiário, destaca a nota, foi feito com base em provas deflagradas sobre o município de Teresópolis, na região serrana, mas, durante uma escuta telefônica reproduzida pela TV, Casimiro de Abreu foi citado “de forma leviana por um dos envolvidos como um suposto município de interesse da quadrilha, causando sérios prejuízos morais à imagem do chefe do Executivo e do secretário municipal de Saúde”. A nota também esclarece “que os empresários e as empresas citadas na reportagem nunca atuaram em Casimiro de Abreu e sequer concorreram a licitações em quaisquer áreas nos últimos sete anos”, mas os vereadores supostamente ligados ao ex-prefeito Paulo Dames vem agindo como se essas empresas e empresários tivessem contrato com a Prefeitura local.

Sem mencionar a Prefeitura de Casimiro de Abreu em nenhum momento, as autoridades envolvidas na operação deram uma entrevista coletiva sobre a operação Cerro, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para cumprir, na última-quarta-feira (24/2), mandados de prisão temporária contra o ex-secretário municipal de Meio Ambiente de Teresópolis, Eduardo Niebus, e outras oito pessoas envolvidas em crimes relacionados à fraude de licitações nas áreas da saúde e meio ambiente em municípios das regiões Serrana e Sul Fluminense, além de cumprir 12 mandados de condução coercitiva e 46 mandados de busca e apreensão (nenhum deles em Casimiro de Abreu), além do sequestro de veículos e de imóveis, bem como o bloqueio dos saldos das contas bancárias de investigados e de cotas das sociedades empresariais.

Segundo o MP noticiou em seu site oficial, os presos são acusados de fraude à licitação, corrupção e organização criminosa e também foram cumpridos 12 mandados de condução coercitiva e 46 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de veículos e de imóveis, bem como o bloqueio dos saldos das contas bancárias de investigados e de cotas das sociedades empresariais. O Ministério Público também divulgou que “a quadrilha agia de forma a direcionar a escolha e a contratação de algumas empresas e organizações sociais (OS), conforme o caso, de maneira irregular (com licitação ou através de licitações viciadas), a partir de prévio acordo entre gestores públicos e particulares, emissão de notas falsas de serviços, superfaturamento de serviços, criação de empresas irreais e uso de laranjas, entre outras irregularidades”. Ainda segundo noticiou a assessoria de imprensa do MP, “a principal investigação de fraude envolve a contratação da empresa Mendes & Montorsi, para o serviço de coleta de resíduos sólidos em Teresópolis, sem licitação”.

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