Concessionária Águas do Rio começa ofertando empregos na Baixada, mas Magé quer saber se seus mananciais vão continuar abastecendo cidades vizinhas, enquanto milhares de torneiras estão secas

● Elizeu Pires

Por várias vezes a Cedae anunciou a retomada de obras em Magé sem concluí-las

A partir de 1º de novembro a Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae) sairá de vez de cena no estado do Rio Janeiro, entrando em seu lugar a concessionária Águas do Rio, que vai operar os serviços até então de responsabilidade da estatal, em 27 cidades, nove delas Baixada Fluminense, região para qual estão previstos investimentos no total de R$ 3,2 bilhões. Só Japeri, o município mais largado pela Cedae, terá um investimento de R$ 315 milhões em ampliação de abastecimento e extensão da rede de distribuição, e em sistema de tratamento de água e esgotamento sanitário.

Os projetos da sucessora da Cedae estão agradando em cheio os prefeitos da Baixada e a empresa marcou muitos pontos ao iniciar, pela região, o processo de seleção dos colaboradores, priorizando mão de obra local. Porém, pelo menos em uma cidade da região entre os que conhecem bem o tratamento que a Cedae reservava à população local, há preocupação com uma coisa que os aflige há anos. Querem saber se a água que existe em abundância dentro de seus limites continuará sendo levada para abastecer os vizinhos enquanto boa parte dos moradores fica com as torneiras secas.

Trata-se de Magé, cidade com mais de 300 mil habitantes, que há décadas abastece outros municípios e, até bem pouco tempo, os moradores da Ilha de Paquetá. Mesmo com os ricos mananciais existentes nas localidades de Santo Aleixo, Cachoeira Grande e Pau Grande, por exemplo, a Cedae nunca conseguiu suprir a necessidade de água dos moradores dos bairros do primeiro distrito, e nas localidades de Suruí e Mauá, embora a tubulação que levava água para Paquetá passasse por lá.

Nos últimos dias a Águas do Rio, em parceria as prefeituras da região, iniciou o processo de seleção de colabores. A opção por mão de obra local vai ajudar a economia na Baixada Fluminense, onde deverão ser oferecidos, até 2022, pelo menos 1,5 mil empregos diretos, com sua atuação em Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Magé, Mesquita, Nova Iguaçu, Nilópolis, Queimados e São João de Meriti. A estimativa da empresa é de que até o final deste mês já tenham sido contratadas 1.600 pessoas em todo o estado, e até dezembro, gerados cinco mil empregos diretos, quantitativo que deverá saltar para 15 mil quando forem iniciadas as obras previstas para vários municípios .

Nesta segunda-feira (18), técnicos da concessionária voltarão à Magé, onde já estiveram no último dia 13. O objetivo é concluir a vistoria nos mananciais locais, através dos quais a empresa pretende ampliar a captação e a distribuição de água, mas ainda não ficou claro se a água neles captada ficará só para o município ou será compartilhada com as cidades vizinhas, como nos tempos de Cedae, estatal que para milhares de endereços só mandava mesmo as contas.

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