Concursos públicos, uma grande fonte de renda

Processos seletivos atraem milhares de pessoas mesmo com salário baixo. Nem a distância os inibe

Realizado no ano passado para preencher 2.354 vagas, o concurso público da Prefeitura de Magé atraiu 41.590 candidatos, sendo um dos maiores certames da história da Baixada Fluminense. O processo transcorreu sem maiores problemas e, apesar do salário nada atraente, a maioria dos inscritos são moradores de outras cidades. Entre os aprovados estão dois professores de Cabo Frio, vários de Itaboraí, São Gonçalo, Cachoeiras de Macacu, Duque de Caxias, Mesquita, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo e Rio de Janeiro, pessoas que terão de se desdobrar para chegarem aos locais de trabalho.

O edital, a lei do concurso, dita as regras do processo do momento da inscrição a assunção ao cargo e também revela a base salarial nada empolgante, mas mesmo assim é enorme o interesse das pessoas por um emprego público. Quem adora isso são as empresas que organizam os processos seletivos, pois fica com elas todo o valor arrecadado.  No caso de Magé ainda bem que deu tudo certo, mas há fiascos como os concursos de Petrópolis, Iguaba Grande, Guapimirim e o tão disputado de Rio das Ostras, que vai render, com certeza, vários processos por danos morais contra a Fundação Trompowsky, que não se mostrou nada competente na organização desse  concurso.

Vou me ater aqui ao processo seletivo de Rio das Ostras, marcado por polêmicas e denúncias de irregularidades desde o princípio, sem contar o amadorismo da Fundação Trompowsky, que pelo fraco desempenho e pelos problemas causados aos candidatos, deveria ser proibida de realizar qualquer concurso público no território nacional. Ao todo 101.922 candidatos se inscreveram para disputar as 3.482 vagas oferecidas nesse edital, pagando taxa de até R$ 120. Inscreveram-se moradores de várias cidades fluminenses e até do estado de Minas Gerais, gente que se viu atraída pelos salários e pela qualidade de vida, mas que nesse momento deve estar bastante arrependida.

A Fundação Trompowsky mostrou que não está preparada para prestar um bom serviço. Pior ainda, não se mostrou nada confiável, pois manteve-se em silêncio sobre esse novo resultado só agora apresentado e antes de divulgá-lo ainda publicou um comunicado dando a entender que o assunto estava encerrado. O resultado final que ela apresentou no final de novembro do ano passado foi homologado no dia 5 de dezembro e os responsáveis pela fundação ficaram caladinhos. Veio o novo prefeito e esse decidiu fazer contratações temporárias, alegando que o concurso estava sud judice, o que não é verdade. Aí a Fundação Trompowsky divulgou comunicado dizendo que nada mais tinha a ver com o caso, mas 24 horas depois protocolou um ofício falando de erros no resultado homologado, aí sim derrubando, juridicamente, o ato de homologação publicado no dia 5 de dezembro do ano passado.

Não sei o que vocês estão pensando desse comportamento por parte da entidade, mas eu me acho no direito de ver isso tudo como muito suspeito e vou cai dentro. Estou nessa com vocês. Podem contar comigo.

Envie seu comentário:

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *.