Vereador, secretário e ex-vice-prefeito são fantasmas em Araruama

Lotados no hospital da cidade, eles marcavam o ponto e não trabalhavam

Os médicos Marcelo Amaral Carneiro, José Gomes de Carvalho e Amilcar Cunha Ferreira militam em partidos políticos diferentes em Araruama, mas estariam juntos na mesma mutreta, como integrantes de um grupo de pelo menos dez profissionais de saúde lotados no Hospital Estadual Roberto Chabo – que atende a onze municípios da Região dos Lagos, que somam um universo de cerca de 800 mil habitantes. Marcelo é vereador na cidade (foi eleito pelo PT no ano passado), José foi – até ontem – secretário de Saúde e Amilcar, até 31 de dezembro do ano passado, era o vice-prefeito da cidade. Os três foram flagrados assinando o ponto no HERC e saindo logo depois, um rotina na vida dessa família de “fantasmas”. As imagens fazem parte de uma matéria investigativa do repórter Fábio Diamante, levada ao ar essa semana, em rede nacional, pelo Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).

Além dos três políticos foram flagrados marcando ponto e deixando a unidade logo em seguida, os médicos Fernando Bernardino, Luciano Mendes Guedes, Élio Luiz Valente e Luiza Maria Quintanilha, que, pelo que foi revelado, recebiam salários sem trabalhar. José Gomes foi demitido pelo prefeito Miguel Jeovani e todos os seus colegas citados na matéria foram suspensos pelo secretário estadual de Saúde, Sergio Côrtes, que mandou abrir uma sindicância para apurar a denúncia.

Ontem o Ministério Público anunciou a instauração de um inquérito civil público através da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Araruama. O promotor Sérgio Luis Lopes Pereira enviou ofícios ao diretor do hospital solicitando a ficha funcional dos médicos, cópia do contrato de prestação de serviço, o tipo de vínculo que eles têm com o estado e a folha de pagamento, inclusive dos plantonistas dos últimos 12 meses.

Morador de Icaraí, em Niterói, Marcelo se apresentava ao eleitores como “Dr. Marcelo, o médico do povo”. Foi eleito com 1698 votos. Além do mandato de vereador ele tem 13 empregos e pelos registros trabalharia, como médico, 119 horas por semana, uma média de 17 horas por dia, se for considerada uma semana de sete dias trabalhados. Marcelo e os colegas vão responder por improbidade administrativa. No caso dele, se condenado, ficará inelegível por um período não inferior a oito anos.

Comentários:

  1. Essa raça não gosta de trabalhar e quer impedir que que outros trabalhem. São contra o programa mais médicos, são contra tudo que seja em favor do povo.

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