Dono de Guapimirim inventa a “quarteirização”

E na hora de pagar emite “cheque voador”

Apontado pelos concorrentes e até mesmo por alguns membros do governo como “dono da cidade”, por ficar com os melhores negócios oferecidos pela Prefeitura de Guapimirim, escolhendo sempre os contratos mais rentáveis, um empresário ligado à gestão anterior inventou no governo do prefeito Marcos Aurélio Dias a “quarteirização dos serviços”. Ele repassa a execução do contrato para outra empresa, quando a usada por ele na licitação não tem condição de fazê-lo. Isso está gerando um complicador, pois ele estaria recebendo da Prefeitura, mas na hora de pagar a quem executou de fato o contrato, estaria emitindo cheques sem fundos. “Isso já está dando o que falar e o pior é que o prefeito sabe disso e continua fazendo o jogo desse empresário. O prefeito responde a quem o alerta sobre esse homem que ele é um grande parceiro e que fora ele quem mais contribuiu financeiramente para a sua campanha”, disse ontem uma fonte ligada ao governo.

Tendo como principal negócio o fornecimento de medicamentos, o empresário tem vários outros contratos com o município e, embora não tenha um tratorzinho sequer, ficou com a locação de máquinas e, segundo a fonte, já recebeu por uma parte do contrato, mas não teria quitado o compromisso com a empresa que realmente atendeu o objeto do contrato. “Esse cara não tem nada a ver com esse ramo, mas ficou para ele esse contrato também. O prefeito sabe disso. O Marcos Aurélio, inclusive já foi comunicado de que os cheques dados em pagamento de quem realmente locou as máquinas não teria sido pagos, mas não fez nada até agora”, completou a fonte.

A terceirização de serviços é permitida ao poder público e é contratada diretamente pela administração, em processos licitatórios, a maioria, na modalidade Pregão Presencial. O crime na novidade lançada em Guapimirim está no fato de o compromisso com quem executou o serviço não vir a ser honrado. A atuação desse empresário junto à administração municipal de Guapimirim é tão forte, que a expressão popular “comendo o boi com chifre tudo” vem sendo usada até por membros do governo, para exemplificar o fato de ele ficar com os contratos considerados melhores. O que se comenta na cidade é que a participação desse empresário teria sido imposta ao prefeito, para possibilitar o resgate dos compromissos que teriam pavimentado o caminho de Marco Aurélio até ao poder. O prefeito não foi encontrado para falar sobre o assunto.

 

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