Passeios ao nordeste vão custar caro a vereadores

Congressos são usados como desculpa para eles se desestressarem

Vida dura a dos vereadores da Baixada Fluminense. Os coitados trabalham muito, são obrigados ao desagradável contato com os cidadãos que lhes cobram o tempo todo e ainda sofrem nas mãos de jornalistas que insistem e meter o bedelho em suas vidas públicas, questionando a utilidade de seus mandatos. Como ninguém é de ferro, nada como um passeio no litoral do Norte e Nordeste para participar de um congressinho. Pois bem, esses passeios vão ficar, para eles, mais salgados que a água do mar, pois com base em pareceres do Tribunal de Contas do Estado, o Ministério Público resolveu conferir caso a caso e, se for o caso, pretende exigir na Justiça o ressarcimento e aí cada um vai ter de coçar o bolso e devolver o que gastou para “aprender” nesses congressos.

Nada Justifica, por exemplo, os membros de uma Câmara como a de Japeri, gastar o dinheiro do povo de um dos municípios mais pobres do estado, para passearem em cidades como João Pessoa, Fortaleza, Recife, Aracaju, Natal, São Luiz e Alagoas, por exemplo, as preferidas das entidades que congregam vereadores e do Instituto Brasileiro de Apoio aos Municípios (Ibram). Para os vereadores de Japeri essas viagens são sagradas. Eles não perdem um congresso e talvez seja por isso que são apontados como “excelentes representantes do povo”, pois devem apreender bastante nesses encontros.

A partir de agora, por entendimento do TCE, ao fazer a prestação de contas sobre os gastos nesses com esses passeios, a Câmara de Vereadores terá de apresentar as cópias dos pagamentos referentes a diárias concedidas, os comprovantes dos deslocamentos, estadias dos participantes dos eventos, recibos de embarque e nota fiscal do serviço de hospedagem, além de dados discriminados por vereador e servidor para comprovar o comparecimento de cada participante aos locais dos congressos. Na última sexta-feira o conselheiro Aluizio Gama determinou uma tomada de contas especial na Câmara de Itaguaí por conta de um congresso realizado pelo Ibram, em 2007, na capital de Sergipe. Esse passeio custou R$ 345 mil aos cofres públicos.

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