
Cidade não faz parto pelo SUS e criança nasce no Hospital Hugo Braga, em Piabetá
As unidades de saúde de Teresópolis sempre foram referência em atendimento para moradores de Magé, que em alguns períodos, chegava a corres- ponder 35% do volume de procedimentos mensais naquele município. A situação agora está se inver- tendo e desde maio deste ano teresopolitanos têm descido a serra para buscar atendimento em Magé e Guapimirim, devido a precariedade verificada na rede de saúde local e, por conta disso, uma situação de descaso virou ocorrência policial, registrada na 110ª DP. Isso aconteceu no dia de Natal, quando uma gestante passou por duas unidades daquele município – Hospital das Clínicas Constatino Ottaviano, da Feso e o Hospital Nossa Senhora da Saúde, da Beneficência Portuguesa – e não conseguiu atendimento. Ela foi levada inicialmente para o Hospital Municipal de Guapimirim, que estava sobrecarregado e removida para o Hospital Municipal Hugo Braga, em Piabetá, onde a criança nasceu.
No dia 25, por volta das 8h, Verceli Claudio Rodrigues chegou ao Hospital das Clínicas acompanhado a esposa, Rose Ribeiro, que estava em trabalho de parto, embora estive no oitavo mês de gestação. O casal foi informado de que não havia obstetra de plantão e indicado à Beneficência Portuguesa, que mandou a gestante de volta ao Hospital das Clínicas, onde foi orientada a descer a serra e buscar atendimento em Guapimirim, onde encontrou a unidade sobrecarregada e seguiu para Piabetá, onde obteve o necessário atendimento médico.
De acordo com moradores de Teresópolis, a rede de saúde local começou a apresentar dificuldades no atendimento no final do ano passado, situação que se agravou a partir de fevereiro. Contam que tanto o Hospital das Clínicas como a Beneficência Portuguesa passaram a dificultar a realização de partos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ao qual são conveniadas, alegando sempre que está faltando médicos. Essa situação, revelam algumas pessoas ligadas ao setor, seria fruto de desentendimentos entre a unidade escola e a unidade filantrópica com a administração municipal, que, por sua vez, não vem conseguindo assegurar o atendimento necessário.